Muitos consumidores britânicos não confiam em anunciantes para cuidar de seus dados. No entanto, alguns estão dispostos a vender essas informações no valor de £ 500 por ano, de acordo com o estudo Privacy vs. Relevancy: The Value Exchange, realizado pelo Mediabrands Marketing Sciences, uma divisão da empresa de investimentos em mídia IPG Mediabrands.

A pesquisa online foi realizada com 1.000 adultos no Reino Unido e destacou alguns pensamentos contraditórios em torno de questões de privacidade e dados. Na entrevista, alguns deles manifestaram receio em deixar que as marcas saibam sua localização, assim como outros disseram se interessar pelos benefícios do marketing baseado em localização.

No geral, no entanto, o nível de desconfiança foi predominante: apenas 1% tem fé na capacidade dos anunciantes para cuidar de seus dados. Seis em cada dez se sentem “estranhos” sabendo que as empresas podem segui-los online e também preocupados se eles vão compartilhar seus dados inadequadamente.

Mas três em cada dez (27%) disseram que estariam dispostos a vender seus dados. Neste grupo, quatro em cada dez (41%) consideram que esta informação vale, pelo menos, £ 500 por ano.

Os entrevistados estavam dispostos, também, a ‘trocar’ dados como email, endereço de casa, número de celular, data de nascimento, bem como opiniões de produtos e preferências de entretenimento, por descontos e vouchers, em vez de dinheiro.

O relatório sugeriu que uma ‘nova era’ está surgindo, caracterizado por “um valor cada vez mais sofisticado de câmbio”, onde os consumidores estão dispostos a abrir mão de sua privacidade se forem devidamente recompensados.

Além desse valor colocado em seus próprios dados, 62% dos entrevistados estavam interessados em receber mensagens publicitárias com ofertas especiais em suas proximidades. E, ainda, 59% gostariam de receber brindes nestes locais, tais como tomar um café grátis em uma cafeteria.

“Os profissionais de marketing se tornaram colecionadores de dados”, observou Claire Spencer, chefe na Mediabrands Marketing Sciences, acrescentando que “o diálogo em evolução entre marca e consumidor está cada vez mais centrado em dados”.

Ela ainda argumentou que é fácil perder de vista as pessoas por trás de números e é necessário que as marcas “estabeleçam uma simples troca entre marca e consumidor, em que limites sejam respeitados e em que ambas as parte se beneficiam”.

*Com informações do Warc