Pesquisa do Ibope divulgada nesta terça-feira (28) aponta que o consumo no Brasil deve crescer 13,5% em 2012 no comparado com o ano passado e chegar a R$ 1,3 trilhão, impulsionado, principalmente, pelo aumento no número de domicílios, pelo crescimento da renda e pela baixa taxa de desemprego.
O valor representa 30% do PIB (Produto Interno Bruto) e é maior que a alta de 2011, quando o crescimento foi de 10,5%. Os dados fazem parte do Pyxis Consumo, ferramenta de dimensionamento de mercado do Ibope que reúne dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da indústria. A pesquisa considerou 51 grupos de produtos, excluindo gastos com moradia.
O crescimento será alavancado pela Classe C, grupo em ascensão, que representará, sozinho, 38,7% do consumo neste ano. Porém, os gastos devem concentrar-se em produtos básicos, como vestuário e alimentação. “Basicamente, seus gastos estão focados em produtos essenciais, não há sofisticação”, afirma Antônio Carlos Ruótolo, diretor de geonegócios do Ibope Inteligência. “A sofisticação pode ocorrer dentro das categorias. O consumidor pode estar comprando marca líder e não secundária”, analisa.
De acordo com o levantamento, metade da compra de tabaco ocorre na Classe C, também responsável por quase 50% das vendas de carnes e derivados, mercearia e matinais. Ela responde ainda por 44% das vendas de aparelhos de TV, som e vídeo e por 43% das vendas de aparelho celular. A presença de produtos eletroeletrônicos indica mudança na cesta de produtos para os próximos anos, quando novos consumidores devem ascender para a Classe B. “Com a mudança, aparecem produtos como ensino e cinema”, aponta.
As Classes A e B, grupo minoritário, respondem por mais da metade do consumo na maior parte dos grupos de produtos pesquisados. Em geral, os gastos da Classe A são oito vezes superiores à sua presença na população (2,6%) e são centrados em veículos (25%), produtos financeiros (25,7%) e artigos de decoração (25,3%). “Comparando as Classes A e C, parecem dois países diferentes”, diz Ruótolo. Na Classe B, os principais gastos são combustível e e ensino. Cinema (54,6%) e serviços automotivos (53,8%) são outros produtos consumidos majoritariamente por essas classes.
Entre as regiões que mais devem crescer, a Norte é a que possui maior potencial de expansão, 26,5%. Na sequência, aparecem as regiões Nordeste (24,1%), Sul (19,7%), Centro-Oeste (19,4%) e Sudeste (6,5%).