Pelo segundo ano consecutivo, a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo aconteceu longe do seu tradicional palco, a Avenida Paulista, em São Paulo. Neste ano, o cenário da transmissão remeteu ao palco clássico do evento, isso sem falar que o estúdio imitará um trio elétrico.

E foi do alto desse ‘trio elétrico’ que Fih e Edu, do canal Diva Depressão, receberam atrações musicais para entrevistas e shows exclusivos para o público que curtirá o evento de casa. Neste ano, 13 canais no YouTube transmitiram a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo no último domingo (6).

A Parada Virtual do Orgulho LGBT é parte de um projeto ainda maior do Google, o Play de Verdade, que ainda contempla outras áreas de atuação, como collabs, conteúdos, vídeos, pesquisas, ações com empresas, além do YouTube Black e da produção de um documentário.

Lançado neste mês, o Play de Verdade tem os objetivos de amplificar o debate sobre inclusão, apresentar – de forma prática – temas como equidade, bem como fortalecer o YouTube como um espaço relevante para debater esses assuntos. Para ajudar na divulgação do projeto, Nátaly Neri e Lorelay Fox foram convidadas a serem embaixadoras e consultoras do Play de Verdade.

Parada do Orgulho LGBT de São Paulo será transmitido por 13 canais do YouTube (Mercedes Mehling/ Unsplash)

Nátaly e Lorelay, a propósito, fizeram companhia à dupla Diva Diversão na transmissão do evento no próximo domingo. Eles também se juntaram aos criadores de conteúdo Alberto Pereira Jr., Bielo, Jean Luca, Linn da Quebrada, Louie Ponto, Lucas Raniel, Mandy Candy, Spartakus e Tchaka.

Durante a live, os apresentadores receberam virtualmente convidados especiais para debater temas relevantes, além de diversos conteúdos exclusivos gravados para contemplar o debate. Bielo, por exemplo, vai conversar com várias drag queens para contarem um pouco da história do movimento, além de outras curiosidades.

A transmissão teve duração de oito horas e também foi exibida simultaneamente nos canais dos youtubers, além dos canais da Dia Estúdio, da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOGLBT/SP) e do YouTube Brasil. As pessoas também puderam participar ao vivo do evento, enviando fotos e relatos usando a hashtag #ParadaSPaoVivo.

Em 2020, ano em que a pandemia chegou ao Brasil, a Parada Virtual do Orgulho LGBT alcançou mais de 10 milhões de visualizações, que resultaria em um público que obviamente não caberia na Avenida Paulista.

“Em 2021, queremos mais uma vez permitir que as pessoas possam celebrar a vida e a diversidade de maneira segura em suas casas e conectadas com o Movimento Social LGBT+”, afirmou Patrícia Muratori, Diretora do YouTube Brasil.

Diretor-geral da Dia Estúdio, Rafa Dias teve a ideia de fazer a transmissão online do evento há quatro anos, quando ainda não se cogitava que o mundo seria acometido por uma pandemia que inviabilizasse a Parada presencial. “Meu objetivo é ser fiel e levar para todo o mundo a mesma história na luta por reivindicação de direitos contada na Avenida Paulista há 25 anos”, disse.

HIV/AIDS
Além de ser uma grande festa, a Parada do Orgulho Gay sempre trouxe uma causa, um tema. O deste ano, por exemplo, foi ‘HIV/AIDS: Ame+ Cuide+ Viva+’. O assunto foi debatido durante a transmissão, já que, no time de apresentadores, dois vivem com o HIV, Alberto Pereira Jr. e Lucas Raniel.

O tema também é um alerta para a sociedade e, relação aos estigmas e preconceitos que cercam o vírus. O Índice de Estigma em Relação às Pessoas Vivendo com HIV/Aids, realizado pelo Unaids nas cidades de São Paulo, Recife, Salvador, Porto Alegre e Manaus, mostrou que quase metade dos entrevistados (47%) revelaram terem sido alvo de comentários sobre sua soropositividade.

A difamação também está dentro da família, como relataram 42% dessas pessoas. Enquanto cerca de 19% afirmaram terem sofrido assédio verbal pelo mesmo motivo.

Claudia Regina Garcia, presidente da APOGLBT-SP, diz que é importante entender que o HIV não é exclusivo de algumas pessoas e/ou determinados grupos.

“É um tema que deve ser abordado com inteligência, empatia e boa vontade por toda a sociedade porque é transversal e perpassa por diversos recortes sociais, étnicos-raciais, religiosos e geográficos. Mas também é importante tratar do assunto com leveza para podermos amar mais, cuidarmos mais uns dos outros e vivermos mais e melhor. É isso que queremos trazer nessa segunda versão virtual da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo”, disse.

Parada Virtual do Orgulho LGBT de São Paulo 2021

Domingo, 6 de junho
A partir das 14h
Onde: Diva Depressão, Nátaly Neri, Lorelay Fox, Bielo, Jean Luca, Linn da Quebrada, Louie Ponto, Lucas Raniel, Mandy Candy, Spartakus, Dia Estúdio, Parada SP e Youtube Brasil