Conversar com as pessoas que estão ao meu redor, independentemente de suas condições ou posições sociais, sempre me traz aprendizados constantes. Esse é um aprendizado que trago do meu pai e, sem dúvida, norteou a minha jornada, inclusive como empreendedor.
Mas é algo que foi sendo construído internamente, sem muito planejamento – mas que, hoje, surge como um desejo genuíno de fazer algo que torne o mundo um lugar melhor a cada novo dia.
Quando escolhi fazer o curso de administração na ESPM, eu queria entender duas coisas: como gerir uma empresa e o que é realmente o marketing. Intrigava-me os motivos de a Apple ser tão famosa, ou um bar ficar lotado enquanto que o estabelecimento ao lado fica vazio. Ainda na faculdade, fui estagiar no iCarros, iMotos e iCaminhões, do Itaú. Quem é que comprava caminhão pela internet foi a primeira pergunta que fiz para o meu chefe.
Naquela época, em 2010, tinha mais de 25 mil buscas no Google sobre esse tema – e eu passei a entender o potencial do marketing digital para as marcas. Dois anos depois, aos 23 anos de idade, fui trabalhar na Dafiti, para cuidar de alguns milhões de reais que a empresa investia mensalmente em Google Ads. Sem ter equipe ou chefia para orientar meus passos, assinei o contrato mentalizando que quanto maior o desafio, maior o aprendizado – mesmo que eu não tivesse nenhuma ideia de como explicar para a minha família o tamanho da responsabilidade que eu estava assumindo.
Foi incrível e, em pouco tempo, eu já dispunha de uma equipe – ainda assim, algo me deixava desconfortável: eu não me via como um especialista de Google Ads. Eu queria entender mais sobre outros canais de mídia digital e, por isso, depois de 11 meses, pedi demissão para ir trabalhar em uma agência. Fiquei lá um ano, depois disso resolvi abrir a minha empresa. Desde o começo da DG, minha intenção era ter uma empresa onde eu pudesse oferecer oportunidades para as pessoas.
Mas foi quando aceitei o convite para ser professor de marketing digital na Digital House, uma das maiores escolas de digital da América Latina, que entendi o que meu pai dizia sobre conversar com as pessoas e aprender com elas. Na época, eu pensei que dar aula seria apenas um hobby. O que eu não imaginava é que isso me traria muitas oportunidades: mais que compartilhar aquilo que sei e mostrar o marketing digital com cases práticos do que eu vivencio na empresa, e possibilitar que esse conteúdo fosse propagado para milhares de pessoas, dar aulas me permitiu contratar meus alunos.
Eu me aproximei dessas pessoas, ouvia seus sonhos, seus desafios enquanto profissionais em início de carreira – ou em transição. E, sendo professor, agora eu tinha como fazer mais do que só um propagador de conhecimento. Ao convidá-las para trabalhar comigo, eu estava sendo um agente transformador de vidas. E não apenas isso: dar aulas também me trouxe clientes! Tudo isso só é possível porque sempre tentei contribuir com o que as pessoas que estão ao meu redor precisam.
E, veja só: eu nunca fui o mais inteligente da sala e minha mãe cansou de ser chamada na escola por causa do meu comportamento. Quem diria que, além de dar aula, eu ainda teria a chance de crescer com os alunos!
Guilherme Duarte é CEO da DG