A Copa do Mundo, na Rússia, e as eleições do Executivo e do Legislativo, no Brasil, devem agitar um pouco a receita da TV aberta neste ano. “São dois eventos importantes, que certamente mobilizam as pessoas. Historicamente, ano de Copa sempre faz com que as empresas fiquem mais atentas, ainda que não participem diretamente do evento. O varejo fica de olho na venda de TVs, as cervejas vêm mais fortes, enfim, os setores da economia embarcam na torcida e isso sempre gera aumento de investimentos publicitários”, conta Marcelo Parada, diretor-comercial e de marketing do SBT.
A visão de Walter Zagari, vice-presidente comercial da Record TV, segue a mesma linha. “Grandes eventos sempre movimentam o mercado publicitário e são importantes para incrementar receitas”, concorda.
A Globo, que detém os direitos de transmissão da Copa em TV aberta no Brasil, já se diz preparada para o ano. “Para nós, a Copa do Mundo começou em 2017 com a comercialização de todas as seis cotas de patrocínio com Ambev (cerveja), Itaú, BRF, Coca-Cola, Johnson & Johnson e Vivo”, complementa Marcelo Duarte, diretor-geral de negócios da emissora.
De acordo com Luis Roberto Antonik, diretor-geral da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), até algumas mudanças nas regras da propaganda eleitoral foram positivas para o meio, já que o período de horário eleitoral foi reduzido de 45 para 35 dias. “A propaganda política se dividia em duas. Uma partidária, que acabou em 31 de dezembro, e a propaganda eleitoral, que teve número reduzido de dias”, afirma.
O executivo se diz otimista. “A economia está mostrando bons sinais. A bolsa sobe, o comércio anda junto, e nós vamos seguindo a fila. A expectativa é ter ganho real acima da inflação”, afirma Antonik.
No SBT, a percepção é parecida. “Juros em baixa, inflação controlada e retomada da atividade econômica são pontos que têm deixado clientes e agências mais otimistas. Para o SBT, as perspectivas são ótimas. Confirmamos nosso quarto ano consecutivo na vice-liderança de audiência, estamos crescendo muito no digital, sendo a emissora de TV líder mundial no YouTube, e temos vários lançamentos previstos ao longo do ano”, afirma Parada.
Outra emissora otimista quanto ao ano que começa agora é a Globo. O veículo está anunciando novidades na programação nas áreas de dramaturgia, jornalismo, humor, esporte e filmes. “A Globo está permanentemente inovando em oportunidades comerciais e disponibilizará para o público tanto na TV como no digital diferentes produtos durante o ano”, diz Marcelo Duarte.
Uma das vantagens da TV aberta no Brasil, segundo Antonik, é que ela depende mais da verba das empresas do que da do governo. “Vivemos do comércio e da indústria. Casas Bahia, Bradesco, Itaú… São esses caras que sustentam a TV”, fala Antonik. “Em tempos de crise, a TV aberta provou sua importância e mostrou que é um meio extremamente relevante para a publicidade. Na RecordTV, esses dados nos dão o respaldo necessário para avançar nas negociações com o mercado e atrair ainda mais anunciantes”, conta Zagari.
Outro ponto positivo, de acordo com o executivo da Abert, é que até o fim do ano praticamente todo o país estará com a TV digital. “Serão 12 milhões de conversores distribuídos. A imagem fica um espetáculo e é de graça”, fala.