Os quase 30 milhões de torcedores nas redes sociais do Corinthians estão no centro das suas estratégias para manter o engajamento durante a pandemia da Covid-19. Com a interrupção dos jogos desde meados de março no país, não apenas a equipe alvinegra, mas clubes Brasil afora e toda a cadeia esportiva vêm se adaptando ao cenário com o menor impacto possível para os negócios.
A comunicação e o marketing seguem como ferramentas essenciais para oferecer alternativas de consumo de conteúdo e conexões com o fã. Nas próximas semanas, o PROPMARK se dedica a ouvir algumas das principais empresas, clubes, ligas, organizações, anunciantes, agências e veículos para que compartilhem suas experiências e desafios neste período. Tiago Oliveira, gerente de comunicação do Corinthians, inaugura o espaço, trazendo um panorama do que o clube tem feito.
“A gente já tinha uma rotina sólida de comunicar os treinos, pré-jogo, pós-jogo, entrevistas coletivas, etc., mas isso foi interrompido, impondo um baita desafio para o clube. Temos 26 milhões de torcedores no digital, que formam uma audiência ávida para consumir conteúdo sobre o Corinthians. Montamos, então, um trabalho de estar ainda mais junto das pessoas, com prestação de serviço. Isso está em nosso DNA”.
Na semana passada, o time estreou o projeto de lives #ResenhaAlvinegra com apoio do banco BMG, patrocinador máster da equipe. A marca fará uma doação de cestas básicas para comunidades carentes da Zona Leste de São Paulo. Os torcedores também poderão se engajar. O clube vai disponibilizar um QR Code durante cada live para que as pessoas possam fazer doações.
Com exibição semanal, às quintas-feiras, nos canais sociais do clube, o #ResenhaAlvinegra teve estreia com Marcelinho Carioca, que falou sobre momentos históricos no clube. Os próximos jogadores a participar são Vampeta (23/4), Ronaldo Giovanelli (30/4) e Dinei (7/5).
Para Oliveira, a pandemia alterou diretamente a comunicação do clube e sua relação com patrocinadores. Nesse sentido, projetos de conteúdo no digital são oportunidades de engajar fãs e também realizar parte das entregas comerciais.
“É um novo desafio, como ativar as marcas em um momento como esse, sem o dia do jogo. Uma das preocupações é gerar formas para que os patrocinadores se sintam contemplados”, destacou.
O maior investimento nas plataformas digitais, contudo, já estava nos planos do clube para 2020. Não à toa, anunciou em fevereiro a contratação de Alec Duarte, ex-head de digital da Prefeitura de São Paulo, como reforço.
Solidariedade e serviço
O clube tem usado as redes sociais para mobilizar a torcida em favor de boas causas. No último dia 24 de março, o Corinthians lançou a campanha #PrevençãoCorinthiana, que deu o pontapé inicial a todas as iniciativas de apoio e proteção da população durante a pandemia.
No filme-manifesto narrado pelo ex-jogador Basílio, ressaltou o quanto a torcida tem sido presente nos estádios e momentos decisivos do time, mas que a partir de agora a melhor atitude é se manter seguro em casa. Um vídeo feito em linguagem brasileira de sinais também foi compartilhado como forma de tornar a comunicação mais acessível.
O time também disponibilizou para as autoridades a Arena, Parque São Jorge e CT Dr. Joaquim Grava para servirem como espaço para hospitais de campanha para o enfrentamento ao vírus. Os jogadores também têm sido utilizados para trazer mensagens e orientações para os torcedores, além de servirem como exemplo de campanhas para doação de sangue. Em três dias (6, 7 e 8 de abril), a ação Sangue Corinthiano, em parceria com a Fundanção Pró-Sangue, mobilizou 1.216 doadores na capital paulista.
Oliveira explica que todas as iniciativas se transformam em conteúdo em vídeo compartilhado nas redes sociais. “Tem sido uma guerra manter o engajamento com o torcedor. O Brasil mantém ainda uma cultura monoesportiva, a torcida está muito habituada ao futebol. Criamos a nossa cultura de consumo poliesportivo nas redes do Corinthians, com um conteúdo forte de outros times como de futsal e basquete, mas não há o mesmo consumo e interesse. É um desafio”, finaliza Oliveira.