O surto de coronavírus na China tem colocado uma série de marcas em estado de alerta e afetado outras diretamente.
Nesta segunda (27), autoridades chinesas anunciaram que o número de mortos aumentou para 80, com quase 2.800 casos confirmados na China e dezenas em países como Estados Unidos, Austrália e Japão.
A notícia chega durante a alta temporada do Ano Novo Lunar, um dos mais importantes para o país, e indica uma crise que está afetando particularmente as indústrias de varejo, viagens e turismo.
A cidade de Wuham, onde apareceram os primeiros casos, está sob quarentena. Segundo veículos de imprensa internacional, marcas locais e multinacionais estão sofrendo impacto.
A Starbucks está fechando lojas e suspendendo os serviços de entrega na cidade de Wuhan, epicentro do surto e na província de Hubei.
KFC e Pizza Hut também estão fechados na cidade de Wuhan até novo aviso. Controladora das duas empresas, a Yum China diz que continuará avaliando a necessidade de “ações adicionais”. O McDonald’s fechou restaurantes em Wuhan e em outras quatro cidades em Hubei.
A Disney fechou seus parques em Xangai e Hong Kong. Para o festivo período, os resorts estavam com decorações com tema de Ano Novo Chinês, novas mercadorias e opções de refeições temáticas.
Segundo o Warc, também pode haver sérias consequências para General Motors, Nissan, Renault, Honda e Peugeot, que têm unidades em Wuhan.
Com cerca de 11 milhões de habitantes, a cidade teve o aeroporto, estações ferroviárias e algumas rodovias fechadas, além da suspensão de serviços de transporte público.
À CNN, a GM afirma que está acompanhando o desenvolvimento e aconselhou funcionários que não estão se sentindo bem a não irem ao trabalho. “O mais importante é conter o vírus – a produção é secundária à saúde da equipe e da comunidade”, disse Jim Cain, porta-voz da empresa.
De acordo com a BBC, a estimativa era de que 400 milhões de chineses viajassem durante o Ano Novo Lunar, que começou na sexta (24).
O período é um dos que os consumidores gastam mais em viagens, entretenimento e presentes, tornando uma época estratégica para companhias aéreas, hotéis e atrações turísticas.
No entanto, voos e hotéis estão sendo cancelados, pois as pessoas têm restrições de viagem ou decidem ficar em casa com medo da doença. As empresas estão tendo que reembolsar os turistas ou permitir remarcações sem custos. Filmes que seriam lançados no período também foram adiados.
O setor de luxo também está em alerta. De acordo com a imprensa internacional, a LVMH, dona da Louis Vuitton e da Fendi, caiu 4,5%. A Kering, controladora da Gucci e da Balenciaga, caiu 5%, e a Richemont, fabricante de relógios Cartier, caiu 6%.