Os gastos com publicidade global devem cair 8,1% (US$ 49,6 bilhões) para US$ 563 bilhões este ano, como resultado do surto de Covid-19, conforme prevê o Warc, serviço de inteligência de marketing.
Na América Latina a queda deve ser de 20,7% (US$ 5,6 bilhões), liderado por um forte declínio no Brasil (-22,5%, queda de US$ 3,4 bilhões), onde o surto da Covid-19, conforme destaca o estudo, é particularmente agudo.
As projeções, baseadas em dados de 96 mercados em todo o mundo, representam um rebaixamento absoluto de US$ 96,4 bilhões em comparação com a previsão global anterior da Warc de crescimento de 7,1% em fevereiro de 2020.
Obviamente, a mídia tradicional será mais afetada que a digital. Os declínios serão registrados no cinema (-31,6%), OOH (-21,7%), revistas (-21,5%), jornais (-19,5%), rádio (-16,2%) e TV (-13,8%).
A publicidade online, porém, não está protegida contra a crise; o crescimento da Internet ficará quase estagnado (+ 0,6%) em 2020, após um corte de US$ 36,5 bilhões em comparação com a previsão de fevereiro da Warc para US$ 298,9 bilhões. Espera-se que as mídias sociais (+ 9,8%), vídeo online (+ 5,0%) e pesquisa (+ 0,9%) registrem crescimento, mas a taxas muito mais baixas do que as projetadas anteriormente.
As perspectivas para 2020 do Facebook foram rebaixadas em US$ 5,3 bilhões para 11,5% de crescimento este ano, para um total de US$ 77,6 bilhões, enquanto a receita da Alphabet deve crescer 1,6% para US$ 137,1 bilhões – US$ 12,9 bilhões abaixo da previsão pré-surto de crescimento de 10,4% .
Apesar das pesadas baixas, o declínio global em 2020 será mais suave do que o registrado em 2009, quando o mercado de anúncios contraiu 12,7%, ou US$ 60,5 bilhões, após a crise de 2008.
O setor de viagens e turismo deve registrar o maior declínio, com uma previsão de -31,2% para 2020, representando uma redução de US$ 7,2 bilhões nos gastos em comparação a 2019, para um total de US$ 16,0 bilhões.
Os setores de lazer e entretenimento (-28,7%), serviços financeiros (-18,2%), varejo (-15,2%) e automotivo (- 11,4%) também devem testemunhar quedas acentuadas este ano.
Uma recuperação está prevista para 2021, em + 4,9%. Porém, isso ainda deixará o valor do comércio global de anúncios US$ 21,9 bilhões abaixo do pico de 2019. Segundo o Warc, o investimento em anúncios precisaria aumentar 3,7% em 2022 para concluir a recuperação totalmente.