Agências com poucos clientes estão ganhando mais espaço e conseguindo manterse no mercado. A Crane, The Connecting Agency, por exemplo, que possui DNA digital, atende três anunciantes atualmente e afirma que pretende chegar “a um número mágico”, entre seis e oito clientes, no máximo.
“Queremos poucos clientes porque queremos dar 100% de atenção a eles. A gente tem criado núcleos independentes para cada um. Pretendemos ter entre seis e oito clientes, que é o ideal para a agência. Trabalhamos com uma equipe mais enxuta e sênior, o que mantém a sustentabilidade do negócio”, afirma Thiago Baron, insight director da Crane.
Lançada em 2012, outro aspecto diferente na Crane é o nome dos cargos. “A gente estruturou a Crane com outro formato. A agência não tem área de planejamento, atendimento, criação. Temos áreas que funcionam independentes com outros formatos. Por isso, criamos cargos diferentes para achar pessoas diferentes. A gente procura psicólogos, neurocientistas, pessoas que não têm necessariamente alguma ligação com a nossa área, mas que conseguem dar uma roupagem mais aprofundada”, conta Baron, que tem como sócios Fabio Shimana, whatever director, Alexandre Vilalba, diretor de operações, e Renato Neme, diretor de produção.
Com o discurso de que busca conectar marcas e pessoas, hoje a Crane atende HBO, Serasa Experian e Mary Kay. “O nosso conceito é de conexão. Procuramos levar algo diferente para as pessoas, que pode ser uma campanha digital, design, criação de conceitos ou eventos”, exemplifica Baron. A Crane é responsável por toda a compra de mídia digital para a HBO, por exemplo, além de criação de campanhas e eventos, como as duas edições de “Game of Thrones – The Exhibition” no Brasil. Já para a Mary Kay, a agência está com a parte de design e criação de conceitos.
A Crane considera seus concorrentes diretos agências como CuboCC (da Flag), LiveAd e Mutato (da JWT). “Não nos vemos competindo com as grandes agências e também participamos de poucas concorrências.”
Segundo o executivo, que já trabalhou em agências como AlmapBBDO e F/Nazca S&S, a expectativa para este ano é dobrar o faturamento em relação a 2013, quando declarou faturamento de R$ 12 milhões. “Estamos tendo praticamente uma contratação por mês”, diz.
Para Baron, a tecnologia traz benefícios para as marcas, mas os dados precisam ser muito bem aproveitados para se transformarem em resultados. “Big data é algo que vai mudar o pensamento de resultados. A quantidade de informações que o executivo de marketing tem hoje é absurda, e se ele for parar para analisar os números não trabalha. Por isso, temos criado ferramentas para os nossos clientes acompanharem as campanhas digitais em real time, mostrando se o banner com fundo X está dando mais resultado do que o Y, para conseguir gerenciar todos os dados”, compara.