A pesquisa mediu impacto dos negócios digitais no país, como cursos online, ebooks, mentorias, podcasts e outros formatos

A Creator Economy tem se consolidado cada vez mais no Brasil e, de acordo com um estudo realizado pela Escola Comunicação, Mídia e Informação da Fundação Getulio Vargas (FGV ECMI), gerou 300 mil trabalhos diretos e indiretos em 2023.

Além disso, os dados da pesquisa “O impacto socioeconômico dos negócios digitais da Creator Economy no Brasil” também apontaram que o volume de vendas de produtos digitais ultrapassou, em nível mundial, os R$ 30 bilhões desde 20211.

“A Creator Economy está se expandindo e se profissionalizando exponencialmente, e os números do estudo mostram que o mercado de produtos digitais tem alavancado esse crescimento por meio da geração de renda e emprego”, explicou Beatriz Pinheiro, pesquisadora responsável pelo estudo.

O levantamento calculou o impacto socioeconômico dos produtos digitais comercializados por criadores de conteúdo e afiliados na Hotmart, como cursos online, ebooks, mentorias e podcasts, entre outros formatos, além de mapear o perfil demográfico desses usuários.

Retorno financeiro
Os resultados do estudo mostraram que 70% dos entrevistados declararam que tiveram um aumento de renda com a venda de infoprodutos da Hotmart, sendo que esse percentual sobe para 100% quando se considera os clientes que estão há mais de um ano vendendo seus produtos digitais por meio da plataforma.

Além disso, a pesquisa apontou que 14,5% dos empreendedores digitais e respondentes possuem como principal fonte de renda a venda de produtos digitais na Hotmart e, para esses usuários, o retorno em faturamento é bem superior à média nacional, chegando a uma média mensal é de R$ 11.959, enquanto entre aqueles que possuem outras fontes de renda, o faturamento médio é de R$ 4.194.

“Diversos fatores impactam na renda dos criadores de conteúdo, como o tempo de dedicação a esse tipo de trabalho, se parcial ou integral, a formalização do negócio e se contam ou não com equipe de apoio. Mas, pelo estudo, podemos ver que um dos principais fatores é o tempo que eles já estão no negócio, ou seja, quem está há mais tempo, tende a ganhar mais", afirmou Beatriz.

Já entre criadores de conteúdo e afiliados, 61% deles investem em tráfego pago para divulgarem seus produtos digitais, sendo que destes, 47% investem menos de mil reais por mês, 12% entre mil e cinco mil reais e somente 2% investem entre cinco e dez mil reais.

O estudo também mostrou que apenas 4% dos produtores de conteúdo recebem patrocínio, mostrando que esses criadores de conteúdo não têm a publicidade de marcas como principal fonte de renda.

Enquanto isso, a média de faturamento dos criadores de conteúdo registrados como pessoas jurídicas é de R$ 10.115, enquanto a dos produtores pessoas físicas é de R$ 5.078.

“Os usuários que mais lucram na plataforma tendem a se formalizar como pessoas jurídicas para fecharem maiores contratos, entre outras vantagens, em um círculo virtuoso do mercado. A gente percebe que o ecossistema dos negócios digitais no Brasil está em plena expansão e, além de movimentar a economia com a geração de renda para criadores de conteúdo, o impacto é ampliado para toda a cadeia de profissionais e serviços envolvidos, com a criação de empregos indiretos como, por exemplo, copywriter, especialista em tráfego, videomaker e estrategista de redes sociais”, finalizou a executiva.

Metodologia
A pesquisa ouviu 552 criadores de conteúdo e afiliados cadastrados na Hotmart, sendo 48% mulheres e 52% homens. Em relação a idade, cerca de 43% entre 35 e 44 anos; 21%, entre 45 e 54 anos; e 19% estão na faixa etária de 25 a 34 anos.

Quando perguntados sobre raça ou cor, a maioria dos criadores de conteúdo se declararam como brancos (61%), 31% deles se declararam como pardos e pretos, 4% como amarelos e 1% como indígena.