Realizado nesta terça (20) e quarta-feira (21) em São Paulo para reunir empresas e fornecedoras e abordar os principais assuntos que cercam o e-commerce e os demais negócios digitais, o e-show focou-se, em seu painel de encerramento, na criatividade. Conduzido por Marcello Queiroz, diretor de redação do jornal propmark, o debate contou com a participação de diversos especialistas e líderes de agências do mercado brasileiro.
Fernando Taralli, presidente da VML, foi um dos participantes. Para ele, o caminho para este segmento de mercado passa longe daquele modelo ‘compre já’. “O ideal é sair desse modelo e ir para o emocional”, diz. Ele ainda citou como exemplo a Dafiti, loja virtual de produtos de moda, como sapatos. “A Dafiti é um excelente case, que ilustra bem esse lado do emocional”, conta. A estratégia deu certo: o site tem uma média de 50 milhões de visitas por mês e já atraiu mais de 870 marcas.
Marcello Magalhães, sócio e vice-presidente de planejamento da Leo Burnett Tailor Made, acredita na humanização das vendas eletrônica. Para o executivo, “a forma de comercializar precisa estar diretamente ligada à vida das pessoas”. Ainda de acordo com Magalhães, as marcas que atuam nesse mercado precisam entender o momento certo para conversar com os consumidores. “O que você costuma fazer quando está na fila de um banco? Essa, por exemplo, é uma oportunidade para uma empresa de e-commerce iniciar um diálogo com um possível consumidor”, exemplifica.
Outro participante do painel, Marcelo Tripoli, CCO da SapientNitro, falou sobre a estratégia adotada pela Home Depot. “A loja possibilitou a experiência do e-commerce para os clientes que iam até as lojas físicas”, conta. Além disso, Tripoli criticou os formatos das páginas, que são sempre os mesmos. “As coisas estão caminhando para a fusão do conteúdo e as vendas. Você vai poder ler uma matéria sobre a Britney Spears, por exemplo, e clicar na foto dela e comprar um vestido semelhante ao dela”, completa.
Já Tiago Ritter, CEO da W3haus, contou sobre a Street Hub, um conglomerado de pequenas lojas de Londres que permite ao consumidor comprar e pagar pela internet, mas com o diferencial de não haver a entrega. “O motivo para isso é que as pessoas têm a oportunidade de, ao irem à loja, conhecer novas marcas, novos produtos”, conta.
Segundo a organização do e-show, o evento reuniu 6,6 mil pessoas, entre profissionais do mercado e visitantes. Dentro do espaço de 8 mil m² do Expo Center Transamérica, foram mais de 200 palestras que abordaram os principais assuntos dos mercados de e-commerce, tecnologia, marketing online, mobile e digital signage, entre outros. O pavilhão abrigou também mais de 70 estandes de empresas especializadas, que fecharam 25% de negócios a mais em relação ao ano anterior, de acordo com levantamento dos organizadores.