O diretor de arte carioca Fabio Caveira acaba de se mudar de Doha, no Qatar, para Amman, na Jordânia, para atuar no time da Y&R/Amman. O criativo saiu do Brasil em outubro de 2014 para trabalhar na TBWA do Qatar.

“O Oriente Médio, ao contrário do que parece, é um mercado muito dinâmico. Por chamarem criativos do mundo inteiro, têm um pensamento mais global, um mix de culturas e de formas de pensar publicidade”, diz o criativo.

Atualmente, em países como Qatar e Emirados Árabes Unidos, onde estão  Dubai e Abu Dhabi – na região do Golfo – há muitos estrangeiros trabalhando em propaganda. Na TBWA, Caveira era o único brasileiro, mas trabalhou com italianos, alemães, franceses, australianos e libaneses. Entre  as cidades, Dubai é a mais desenvolvida. O Qatar, segundo relata Caveira, é basicamente um deserto e tudo se concentra na capital, Doha. 

Fabio Caveira

Fabio Caveira

“Eles gostam muito dos diretores de arte brasileiros e da nossa forma de pensar. A mistura de culturas é bacana”, diz.

No Qatar, Caveira trabalhou basicamente para um cliente considerado o mais importante do país, a Qatar Foundation, no reposicionamento do Qatar para os próximos 30 anos.

Fabio Caveira

Na Y&R da Jordânia, ele irá trabalhar para marcas como IKEA, Kia Motors, Colgate e Bank of Jordan. Segundo ele, que está em Amman há uma semana, o choque entre o novo e o moderno é ainda maior do que no Qatar e há alguns brasileiros trabalhando em operações da BBDO, da Ogilvy e da Leo Burnett.

“Conheci o Emad Khayyat, hoje diretor de criação da Y&R/Amman, no ano passado, em Dubai. Achei o projeto da Jordânia interessante.  Ao contrário do Qatar, onde há contas grandes mas locais, aqui há clientes globais”, explica Caveira.

Fabio Caveira

A operação da Y&R em Amman tem 115 pessoas, e segundo Caveira, há poucos ocidentais – a maioria é da própria região. A agência pertence ao MENAcom Group, que atua em todo o Oriente Médio, e é sócio do grupo WPP.  Por enquanto, Caveira é o único brasileiro na operação, mas conta que há perspectiva de contratação de um redator brasileiro. Em pouquíssimo tempo de Jordânia, ele já viveu sua primeira história divertida. 

“Ao meu lado, na criação, há um diretor de arte chamado Mohamed Nazer. Quando voltávamos do almoço, um dia, na rua, chamei alto ‘Mohamed’ e praticamente todos ao meu redor se viraram. Foi quando descobri que quase todo mundo aqui se chama Mohamed, daí as pessoas se chamarem pelos sobrenomes”, conta. 

Fabio Caveira
Fabio Caveira

No Brasil, Caveira trabalhou nas agências Doctor, DPZ, Agência3 e Prole, e sempre quis fazer carreira internacional. Em 2010, ele foi para Portugal e trabalhou durante um ano na Fischer Portugal.