Ainda tem espaço para o mercado de live marketing registrar expansão. Segundo pesquisa realizada pela Ampro (Associação de Marketing Promocional), mais de 75% da campanhas dessa disciplina são implementadas na região Sudeste, com uma concentração de 60% em São Paulo. O estudo, que ouviu 156 empresas do setor, mostra que em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul apenas 2,6% dos orçamentos dos anunciantes se destinam às ações promocionais. Com 6,4% do share, Rio de Janeiro e Espírito Santo ocupam a segunda colocação no destino de budgets para o live marketing, setor que tem maior aderência nos mercados de alimentos e bebidas, vestuário, construção civil, automotivo e auto peças, educação, saúde, telecomunicações e agricultura, por exemplo.

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Com as Olimpíadas do Rio de Janeiro e o Salão do Automóvel, o ano de 2016 gerou um faturamento de R$ 43,9 bilhões para o segmento. De acordo com Célio Ashcar Jr, chairman da Ampro, a perspectiva é que esse volume seja mantido neste ano, mas não está descartada a hipótese de elevação de negócios. As ações de menor porte ganharam musculatura e ampliaram a rotina das agências especializadas.

“O problema do Brasil é sério e sem prazo para ser solucionado. O live marketing está enxergando oportunidades neste período de crise. As marcas precisam vender mais e, para vender mais, precisam falar diretamente com os consumidores. O live marketing está presente em todos os momentos das pessoas: celular, PDV, ruas, computadores etc. Criamos experiências customizadas por público e canal, além de conhecer o pulso, o desejo e o apetite de compra. Os anunciantes estão cada vez mais usando o live marketing porque sabem que as ferramentas utilizadas estabelecem experiências off e online de contato com o target desejado, pois essa disciplina interage com equipes de vendas, varejistas, clientes, atacadistas e toda a cadeia de negócios”, enfatiza Ashcar Jr.

Wilson Ferreira Junior, presidente da Ampro, observa que o live marketing está se descolando do cenário político e focando na gestão interna, como trabalhar com estruturas mais enxutas. “A tendência é a valorização da experiência. E o live marketing é isso. Ele entrega o que os clientes anseiam oferecer aos consumidores: experiências ao vivo que tangibilizam a personalidade das marcas. Ações sem dispersão, quentes, memoráveis. As empresas entenderam isso e o seu valor estratégico. E o poder que ações de consumer experience bem planejadas e executadas tem de transformar as relações entre marcas e consumidores. O que me diz de o Rock in Rio vender todos os ingressos em prazo recorde? Centenas de milhares de pessoas pagando caro por ingressos para um festival repleto de marcas que se apresentam com ativações ambiciosas”, argumenta o executivo.

Na avaliação de Fernando Figueiredo, sócio e CEO da Bullet, o mercado precisa investir na coragem. “Observando o que está ocorrendo fora do país, percebo que o mercado brasileiro de live marketing é criativo o suficiente, mas pouco corajoso na hora de executar. Falta estômago para realizar coisas inovadoras. Agências e clientes dão um passo atrás na hora de fazer algo realmente diferente. O mercado brasileiro precisa arriscar mais para descobrir o que tem do outro lado do medo de fazer isso”, ele finaliza.