O mercado brasileiro não foi contemplado com Leões na competição Film Craft Lions. O país teve dois finalistas: Possibilidades infinitas, produção da Vetor Zero com criação da AlmapBBDO para Getty Images, e Ain’t cute, uma produção da Spray Filmes com criação da Leo Burnett Tailor Made para Projeto Esperança Animal.
Em 2015, o Brasil classificou 11 trabalhos na shortlist e obteve nove Leões. A crise econômica do país exerceu influência na qualidade técnica dos trabalhos e não refletiu a capacidade criativa das agências e seus profissionais.
“Ano passado foi a exceção da exceção do Brasil no Craft Lions. Costumo dizer que foi o nosso momento Gustavo Kuerten em Roland Garros. Mas esse ano foi muito ruim. Mesmos os shortslists foram extremamente batalhados. Acho que é uma combinação de fatores, principalmente a crise econômica, que fez diminuir o volume de inscrições e do investimento em produção. As agências ficaram muito táticas para resolver os problemas dos seus clientes no varejo. Concorrer com os americanos, que primam por um craf incrível, já é difícil, mas em um ano de crise fica pior ainda”, relatou Mateus de Paula Santos, sócio e diretor da Lobo/Vetor Zero e representante brasileiro no júri de Craft Lions.
Com 2.315 peças inscritas, a percepção dos jurados da competição Film Craft era de que os aspectos técnicos da produção de comerciais teriam tido um declínio. Mas, de acordo com o jurado brasileiro, após o primeiro escrutínio ficou claro que o ano não estava perdido. O resultado do Grand Prix concedido ao filme Under Armour Phelps, criado pela Droga5, de Nova York, é um bom exemplo de como o que é ruim chamar a atenção à primeira exposição. É um filtro natural, nas palavras de Paula Santos.
“Os critérios objetivos ficam mais obscuros, mas o importante é não entrar no automático, manter o sentido de garimpar. Como os integrantes do júri são iniciados e criteriosos, ninguém deixa passar nada. Um trabalho tem várias oportunidades de voltar a ser discutido. Após a definição dos finalistas começam os debates e é uma chance de ver opiniões distintas à sua e mudar de ideia. Essas defesas nos ajudam a compreender que o mundo é realmente mutante. Eu mesmo mudei meu ponto de vista em muitas ocasiões”.