“A internet é feita de conteúdo. E não são os ‘gigantes da tecnologia’, como Twitter, Google e Facebook, que produzem o material: somos nós, usuários da rede. Qualquer pessoa conectada à internet é capaz de ser um produtor de conteúdo: fotos, vídeos, ‘memes’, reclamações sobre marcas e serviços (ou, mais raros, elogios), tudo é conteúdo. Uma rápida busca em qualquer ferramenta de pesquisa traz uma enormidade de resultados sobre praticamente todos os assuntos.
Essas ferramentas, cada vez mais potentes, utilizam algorítimos que apresentam resultados muito fiéis ao que estamos procurando, mas é preciso ir além. A dificuldade não é encontrar informações, no plural, mas sim a informação, no singular. Isso porque, em meio ao caos, é difícil separar o que é relevante do que não é relevante. Mais ainda, o que é confiável do que é puro lixo.
O mesmo vale para empresas que trabalham marketing de conteúdo. Quando esse material (ou parte dele) não é produzido pela própria marca, mas replicado para sua audiência via mídias sociais, emails marketing ou outros meios, é importante encontrar algo que seja relevante para a conversa, tenha o perfil da empresa, permita a conexão com o target e tenha timing. Afinal, um material que hoje é relevante pode ser velho amanhã. É aí que entra a curadoria de conteúdo.
O trabalho lembra muito o de um editor no jornalismo: em meio a tantas notícias, são selecionadas as que são mais interessantes para o público – e para o próprio veículo no qual serão publicadas. No caso do marketing, o curador auxilia a empresa a encontrar e oferecer o que é confiável e relevante para a sua marca em meio a tanto material duvidoso no complexo ecossistema da web.
Fazer a curadoria consiste em, primeiro, garimpar. Para decidir se o conteúdo é válido ou não, é necessário avaliar se é relevante para o mercado e, mais importante, confiável. Em segundo lugar, o material é lapidado para que tenha mais identificação com a marca e com o target – sempre com o cuidado de mencionar a fonte.
O plágio, além de ilegal, é penalizado por ferramentas de busca como o Google. Por fim, define-se como será a ‘embalagem’ para a audiência. Esse momento é crucial, pois é a partir daí que o público decide se vai ‘comprar’ ou não o conteúdo.
Cada vez mais as marcas têm ciência de que é necessário oferecer algum conteúdo a seus consumidores na internet. Mas oferecer algum conteúdo não significa oferecer qualquer conteúdo. Por isso que um bom trabalho de curadoria é tão importante.”
*Coordenador do projeto da A2ad no Twitter