Mais de 20 mil trabalhos serão analisados, até o fim desta semana, em Londres, pelos cerca de 200 jurados do D&AD (Design & Art Direction), uma das mais cobiçadas premiações de publicidade e design do mundo. Antes conhecida como “fechada” e excessivamente britânica, o festival torna-se, nesta 52ª edição, um prêmio de interesse e proporções cada vez mais globais, ainda que não perca sua aura de clube fechado – onde só o que é realmente excelente entra. Não tem “jeitinho”: a seriedade permeia o tempo todo, e o comando permanece nas mãos dos ingleses.
Este ano as inscrições cresceram 10% e, do total, 75% são de fora da Inglaterra. Das 20 mil peças, apenas algo em torno de 600 entrarão no anuário com o status de “in-book” e entre elas serão escolhidos de 50 a 60 Yellow Pencils. O Brasil concorre com 600 trabalhos e, junto com a Argentina, aumentou as inscrições em 5%. Japão e Estados Unidos cresceram inscrições em 10%, Austrália e Inglaterra em 20% e a Índia em 50%. Acredita-se que o bom ano deve-se ao resgate pós-recessão, principalmente na Europa.
Nesta segunda-feira (24) tiveram início os júris de Film Advertising Crafts, Digital Design e Digital Marketing – a categoria mais robusta da premiação, presidida pela brasileira Fernanda Romano, sócia e diretora de criação da Naked Brasil. “O primeiro dia foi muito proveitoso. Nosso júri foi bastante severo na fase de julgamento online, portanto o que ficou é bastante bom. Tivemos poucas discussões, ainda estamos decidindo o que será in-book para depois definir Nominations e Pencils”, comentou Fernanda.
Nesta terça (25) realizam-se simultaneamente, além dos três mencionados, os júris de TV & Cinema Advertising, Product Design, Direct, Graphic Design, Outdoor Advertising, Integrated & Earned Media, Crafts for Advertising, Spacial Design, Crafts for Design, Press Advertising – presidido pelo brasileiro Luiz Sanches, sócio e diretor-geral de criação da AlmapBBDO –, Magazine & Newspaper Design e Writing For Design.
Na quarta-feira (26) têm início os júris de White Pencil – presidido pelo brasileiro Anselmo Ramos, vice-presidente de criação da Ogilvy Brasi –, Branding e Book Design. É também quando começam a ser divulgados os primeiros resultados. Na quinta-feira (27), entram em cena ainda os júris de Music Videos, Art Direction, Radio, Writing for Advertising e Packaging Design, e todos os trabalhos se encerram, exceto pela escolha dos cobiçados D&AD Black Pencils – espécie de Grand Prix da premiação –, selecionados pelos presidentes de todos os júris que se reúnem na sexta-feira (28). Os Black Pencils serão conhecidos apenas no dia 22 de maio durante festa de entrega, em Londres.
Completam a lista de jurados brasileiros este ano Guilherme Jahara, CCO da F.biz (Direct); Vellas, diretor de cena da Sentimental Filmes (Film Advertising Crafts); Fernando Campos, sócio e diretor de criação da Santa Clara (Integrated & Earned Media); Rui Branquinho, vice-presidente de criação da Y&R (Outdoor Advertising); Eduardo Lima, diretor-geral de criação da F/Nazca S&S (TV & Cinema Advertising); Icaro Doria, diretor-executivo de criação da Wieden+Kennedy SP (Writing for Advertising); Gustavo Piqueira, presidente da Casa Rex (Graphic Design); e Fred Saldanha, CCO da AgênciaClick Isobar (Digital Marketing).
No ano passado o Brasil teve o seu melhor resultado no D&AD, tornando-se o quarto país mais premiado ao conquistar 30 prêmios: quatro Yellow Pencils, oito Nominations (finalistas) e 18 in-books.