Vez por outra ouvia comentar sobre doenças autoimunes. Até que… Fabio Madia, o Fabião, meu filho, que divide comigo o comando do MadiaMundoMarketing, a partir de meados de junho, revelou uma mudança gradativa em seu comportamento, falando pouco, com dificuldades crescentes de caminhar, entre outros sintomas. Após alguns exames, há dois meses, diante dos resultados do de sangue, sua médica se assustou; o exame repetido e resultado confirmado: “Procure urgente um nefrologista”, disse. De certa forma, o Fabio definhava. Energia vital exaurindo-se. E o diagnóstico, uma DA – Doença Autoimune.
Aquelas doenças em que os mecanismos que nosso corpo naturalmente possuem para nos proteger e defender, por alguma razão “enlouquecem” e passam a trabalhar contra. Como se você contratasse uma empresa de segurança para cuidar de sua família e, dentre os profissionais, dois ou três resolvessem roubar seu patrimônio e atentar contra sua vida. Repetindo o que agora finalmente aprendi: são aquelas doenças em que os amigos, soldados e anjos da guarda de nosso organismo piram e migram para os adversários. Convertem-se em bandidos. No total, até hoje, diagnosticadas 118 doenças autoimunes. E quanto mais mergulhava no assunto, mais passava pela minha cabeça tudo o que tenho testemunhado em 37 anos como consultor de empresas. E rapidamente concluí que o terceiro mais grave problema das grandes e megaempresas são as tais Doenças Autoimunes Corporativas.
Formatos organizacionais, processos, equipamentos, soluções tecnológicas e, principalmente, profissionais que foram contratados pela empresa, para as necessárias correções e aperfeiçoamentos, tendo em vista recuperar a sustentabilidade e retomar o sucesso econômico, acabaram produzindo o efeito contrário. Depois de mais de 500 empresas clientes e mais de 1.200 trabalhos, é possível hierarquizar, hoje, e agora, após o perrengue do Fabio, os três principais problemas ou síndromes que acometem a maioria das empresas.
1º Lugar – Comunicação Branding. 2º Lugar – Inexistência ou Imprecisão de Posicionamento – Marketing. Sobre essas duas primeiras síndromes comento em outra oportunidade. E 3º Lugar, agora finalmente diagnosticado, as DACs – Doenças Autoimunes Corporativas. Divididas em dois grupos. As decorrentes de decisões equivocadas e erros na definição e compra de suprimentos – materiais, móveis, ferramentas analógicas e tecnológicas, recursos financeiro e outros. E as decorrentes de decisões equivocadas na contratação dos profissionais; na organização e na liderança do capital humano da empresa.
As do primeiro grupo, definição e compras de suprimento, são graves, mas sempre é possível consertar-se e redimir-se a tempo. São as DACAs – Doenças Autoimunes Corporativas Agudas. Já as do segundo grupo, erros nas contratações, seguidos de erros na organização e escalação do capital humano, agravados por lideranças débeis, por incompetência ou personalidade inadequada, e em muitos casos falta de caráter, são extremamente graves, porque têm o poder de contaminar por completo a totalidade da organização e desembocar inexoravelmente na derrocada do Posicionamento. Impossibilitando, por completo, ativar um branding com um mínimo de qualidade. São o que poderíamos chamar de DACCs – Doenças Autoimunes Corporativas Crônicas.
Como você poder ver, querido amigo e leitor, até mesmo doenças produzem insights. E foi o que aconteceu comigo, pai e consultor, que agora compartilho com você. O Fabio está se recuperando e até o fim do ano 100% em forma. Será que não é exatamente essa síndrome que está minando perigosamente a vitalidade de sua empresa? Aqueles profissionais “fantásticos” que você contratou e passam a maior parte do tempo cuidando dos próprios interesses, ocupando e marcando território e brigando com outras áreas da empresa?
PS. Acabamos de desenvolver uma vacina para as DACs. 100% eficaz. Conto na próxima semana.
Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing (famadia@madiamm.com.br)