Formado na Faap em publicidade e com MBA em marketing na ESPM, Maurício Almeida lidera 91 profissionais na divisão de mídia da Publicis Brasil, onde é vice-presidente, com a responsabilidade pelas estratégias de TikTok, Carrefour, Heineken, Sanofi, Honda (automóveis e motos), Bradesco, Nestlé, Wavin, Medley, Walt Disney e, entre outros, Senac. A agência formalizou a área de dados BrainLab para municiar o planejamento de canais e outras demandas. Em sua opinião, a mídia tem desafios.
“Dados sempre fizeram parte da área de mídia. A complexidade está no volume e como os transformamos em inteligência para a atuação de mídia e para influenciar as outras áreas da agência a favor dos desafios do mercado anunciante. Na minha concepção, o profissional de mídia precisa ter postura de aprendiz constante. Essa é um a área acelerada de transformação e mudanças constantes. Falo para o meu time que, a partir do momento que acharmos que já sabemos tudo, estaremos obsoletos no dia seguinte”, pondera Almeida.
O volume de meios cresceu verticalmente com a era digital. Porém, apesar dessa nova realidade, negociações para os investimentos dos anunciantes e a assertividade não ficam comprometidas. Almeida explica: “Pelo contrário. Hoje conseguimos mensurar e atribuir eficiência de mídia até às vendas dos nossos clientes. Métricas mais modernas e um ecossistema cada vez mais transacional traz para o profissional de mídia melhor argumentação e baseada em resultados para negociar com os parceiros.”
O processo de transformação tem dois vetores, na avaliação de Almeida. “1) Mudança rápi- da e constante do hábito do consumidor. A forma como as pessoas se relacionam com entretenimento, consomem informação e compram muda diariamente, impulsionada pela transformação digital acelerada; 2) A transformação digital fez a vida do profissional de mídia muito mais complexa. Hoje, os profissionais de mídia precisam entender de CRM, construção de audiências proprietárias, e-comm, novas ferramentas, inúmeras possibilidades de análise de dados e principalmente ter profundidade dos negócios e desafios dos clientes”, observa o executivo.
O modelo mídia first, nas palavras de Almeida, aumenta a integração da área e “faz dados circularem de forma horizontal e com profundidade nos outros departamentos”. Almeida acrescenta: “Integração com as áreas de planejamento e criação tem qualificado significativamente a conexão do trabalho da Publicis com os objetivos e desafios dos nossos clientes.”
Para identificar os canais adequados, a Publicis busca no mercado ferramentas e dados. Além do acesso ao repertório global de soluções que podem ser aplicadas sob demanda. Inclusive para agregar valor à criatividade. “Definitivamente uma agência que pretende estar conectada com os desafios de negócio dos clientes precisa ter mídia e criatividade andando juntas. Além de criatividade poder vir de qualquer profissional dentro de uma agência, o especialista de mídia tem a capacidade de trazer informações de extrema relevância para a equipe de criação.
Inteligência de audiências, estratégia channel planning, formatos e possibilidades de tecnologia são alguns exemplos que podemos agregar no processo criativo inicial”, esclarece Almeida, que acredita que os profissionais de mídia precisam estar além da formação acadêmica e do conhecimento técnico.
“Skills como capacidade de gestão, poder analítico, curiosidade pelo novo e vontade de empreender na posição são fundamentais para o sucesso profissional. Pela complexidade e abrangência, temos estatísticos e engenheiros de dados. São formações importantes na área de mídia hoje em dia”, finaliza Almeida.