A segunda palestra do Fórum Mundial de Sustentabilidade teve valor especial os líderes empresariais e representantes políticos que acompanham o evento. Quem subiu ao púlpito do auditório do Tropical Hotel, em Manaus, foi Dan Epstein, diretor de sustentabilidade e regeneração urbana dos Jogos Olímpicos de Londres 2012.
A principal intenção do executivo foi destacar como se dedicar a um planejamento sustentável pode ser economicamente interessante para uma cidade que pretende sediar as Olimpíadas, bem como o legado que esse tipo de evento deixa para o país por onde passa. “Desde o começo, encaramos os Jogos Olímpicos de 2012 como uma chance única para fazer algo diferente e mostrar ao mundo nossos valores. Esse evento vai muito além do esporte, é uma oportunidade de mostrar sua cidade ao mundo e, sobretudo, trazer benefícios permanentes para seus habitantes”, enfatizou Epstein.
O profissional destacou que a primeira ação de seu time foi analisar quais pontos positivos as Olimpíadas trouxeram para outras cidades como Sydney e Barcelona. “Levamos a Londres muitos especialistas responsáveis pela produção dos jogos em suas cidades, para entender processos e auxiliar no planejamento”, explicou Epstein, colocando esse último termo como primordial. “Tudo parte de um grande planejamento, para que nada seja perdido. Mostramos que tudo deveria ser aproveitado posteriormente pela população, evitando a criação de ‘elefantes brancos’. O ginásio e basquete, por exemplo, esporte que não é muito popular em Londres, pode ser totalmente desmontado e enviado para qualquer lugar do mundo depois dos jogos. O transporte público foi pensado para facilitar a locomoção de turistas e moradores por toda a cidade, durante e depois do evento”, ressaltou o diretor de sustentabilidade.
Quanto à transparência e ao engajamento, outros fatores indicados como primordiais, Epstein garantiu que envolver o governo e a população profundamente é um passo importantíssimo para o sucesso dos jogos. “Envolvemos desde o primeiro ministro ao ministro dos esportes e outras lideranças no projeto, fazendo com que assinassem um documento com as metas e compromissos previstos no planejamento. Abrimos todo esse processo para que a população acompanhasse o que estávamos fazendo, criando paixão e engajamento pelos Jogos Olímpicos, além de atrair até aqueles que acreditavam que sediar o evento não seria benéfico para a cidade. Provamos o contrário ao mostrar que tudo seria aproveitado após as Olimpíadas”, continuou o executivo.
Como dica final para a organização do Rio 2016, Epstein indicou a necessidade de uma intensa análise sobre o que o evento pode trazer de benefícios permanentes e a oportunidade de visibilidade mundial que o País terá no ano em questão. “O Brasil tem que ter uma visão clara de quais metas querem alcançar. Sem planejamento, dificilmente existirá um grande êxito. As Olimpíadas também devem ser encaradas como um palco mundial, uma chance para fazer algo diferente. Serão mais de quatro bilhões de pessoas vendo seu país”, completou.