A Danone quer despertar no brasileiro aquele gostinho de infância adormecido. Esta é a proposta da nova linha de iogurtes da empresa, que chega sob a assinatura “O verdadeiro Danone” e retoma a fórmula, sobretudo a textura, dos primeiros lançamentos da empresa no país. De acordo com o presidente da Danone Brasil, Mariano Lozano, os nove produtos — disponíveis nos formatos polpa (540 gramas, bandeja com seis potes), líquido (900 gramas) e natural (170 gramas) — buscam inspiração no iogurte da companhia que chegou às gôndolas brasileiras no início dos anos 70. “É como um ‘novo relançamento’ e a iniciativa mais importante do ano para a empresa. Sabemos que um em cada dois brasileiros chama iogurte de Danone. Isso nos coloca como uma marca muito próxima do coração dos consumidores”, aponta Lozano.
Lozano, que atua há 13 anos na companhia, declarou que o objetivo primordial da empresa com essa “nostálgica novidade” é aumentar o consumo de iogurte no país, colocando o produto como parte da cesta básica nacional. “No Brasil, a maioria das pessoas consome um iogurte a cada seis dias. Esse número é bastante baixo se comparado a mercados como o americano e o europeu. Queremos salientar as propriedades nutricionais deste derivado lácteo, que não é totalmente barato, mas tem um bom custo-benefício. Prova disso é o alto consumo entre a classe C, que responde por 30% do total brasileiro. Essas famílias também são as que melhor calculam as vantagens e desvantagens do preço de determinados produtos”, explica.
Com base em pesquisas, Lozano afirma que mesmo as classes D e E apresentam consumo significativo de iogurte, 17% do total (desses, 22% de produtos Danone). “Trata-se não apenas de aumentar as vendas e popularizar os produtos, mas também de frisar sua característica de acessibilidade, algo que todas as famílias do país podem ter”, diz.
Os investimentos atuais da Danone têm se concentrado na sua capacidade industrial, sobretudo na ampliação da fábrica localizada em Poços de Caldas (MG). Atenção maior à comunicação e mídia em geral está programada para 2013. Lozano adianta que há projetos para deixar as gôndolas dos supermercados mais atrativas. “Apenas 29% dos consumidores vão às geladeiras nos pontos de venda. Desses, apenas 9% compram iogurte. Queremos apresentar essas prateleiras como algo menos ‘frio’, mais convidativo”, explicou. O executivo também vê com bons olhos a competição entre produtos e empresas do gênero. “Gostamos de brigar pela fatia no mercado. Que sejam bem-vindos todos os concorrentes capazes de desenvolver e inovar a categoria.”
Criada na Espanha em 1919 por Isaac Carasso, a Danone está no Brasil há cerca de 40 anos. O nome da empresa vem do apelido de Daniel, filho de seu fundador. Ambos viveram mais de 100 anos. “Prova de que consumir iogurte faz bem à saúde”, brinca Lozano.