O que Anitta, Ivete Sangalo, Pabllo Vittar, Wesley Safadão e os principais artistas do gospel e do sertanejo têm em comum? Todos incluíram na sua agenda comercial visita ao recém-inaugurado estúdio da Deezer, na capital paulista. Em um momento de transformação das rádios com a chegada das plataformas de música no streaming, o espaço tem contribuído para gravadoras, cantores e fãs estreitarem relações.
Inaugurado em agosto deste ano, o espaço tem sido uma das principais apostas da plataforma para geração de conteúdo e engajamento. O Brasil é um dos três maiores mercados globais da companhia, e para 2018, terá a relação com rádios e anunciantes para eventos ao vivo como focos para diversificação de receita. A informação foi adiantada ao PROPMARK por Bruno Vieira, diretor geral da Deezer no Brasil.
O executivo falou nesta terça-feira (28) durante evento sobre o balanço da companhia francesa neste ano e principais investimentos para 2018. “A gente vem olhando como usar melhor o estúdio e como conectar mais marcas ao nosso conteúdo. Isso faz parte de um pilar da nossa estratégia de trazer mais marcas para dentro de casa com conteúdo original. Na França, por exemplo, temos um programa próprio sobre futebol. No Reino Unido fazemos muito sucesso com uma série de ficção, muito parecida como uma rádio novela. Estamos atentos a esses formatos para testar como branded content por aqui”.
Responsável por 50% de toda a receita da indústria fonográfica no mundo, o streaming tem se fortalecido no Brasil, sobretudo, com a democratização do acesso ao digital e dispositivos móveis. Para ampliar sua base, a plataforma tem investido no tripé sertanejo-gospel-futebol, por meio de parcerias estratégicas com grandes clubes, como recentemente o Flamengo, que ganhou canal próprio com playlists de jogadores e músicas proprietárias com artistas como Ludmilla e Wesley Safadão.
A escolha não é mera coincidência. Além do sertanejo, que representa mais de 50% do que é ouvido na plataforma no Brasil, o funk é o gênero mais popular (15%), seguido pelo pop nacional (5%). O restante é de conteúdo internacional, em sua maioria, o pop (30%). Como estratégia para atrair novos públicos, o serviço prevê maior aproximação também com as rádios, como forma de democratização do acesso ao serviço de streaming.
“Estamos no processo de entender o que funciona dentro de casa, ao mesmo tempo, pensando em parcerias com grupos de mídia. A partir do momento que a gente começa a trazer rádios ao vivo para dentro do serviço lá fora, queremos replicar isso aqui também”, ressaltou Vieira.
“A Deezer tem parceria com a BBC lá fora, e aqui estamos começando a conversar com as rádios locais para ter o sinal delas disponível, mas também ter curadoria de playlist, ter os apresentadores, criando playlists, então seria uma integração mais completa e com isso, trazer novos modelos comerciais”.