Criativa compartilha bastidores de sua saída do Grupo Publicis e conta detalhes dos seus próximos passos como parte do time da MAP Brasil
Após dois anos como diretora de criação no Grupo Publicis, Deh Bastos assume papel de destaque na MAP Brasil como sócia e diretora-executiva de criação. Ela se junta às sócias Amanda Gomes, Marina Morena e Manu Dias.
Destaque no mercado no cenário de gerenciamento artístico, produção de eventos, produção musical e marketing de influência, com a chegada da profissional ao time, a MAP Brasil abre um quarto caminho focado em criatividade.
“Já somos referência neste lugar de intermediar relações artísticas e agora também vamos conversar com as marcas de forma criativa. Com a minha chegada, iremos fazer campanhas, conceitos criativos e todo esse ecossistema dentro da publicidade”, explica Deh.
A criativa conta que sempre manteve uma relação muito honesta com a Publicis Brasil e saiu da agência de um jeito bonito. “Sempre deixei claro que eu tenho uma multicarreira e fazia muitas coisas paralelas ao meu trabalho como diretora de criação. Por isso, a minha relação com a Publicis sempre foi entendida como transitória”, declara.
Deh continua dizendo que viveu e aprendeu o melhor que podia com a Publicis, podendo, assim, usar este conhecimento em outros caminhos - fazendo o que ela acredita em outros formatos. “Dentro de uma agência tão grande você faz uma publicidade tradicional e da melhor qualidade técnica, é muito bom aprender com os melhores e maiores. Mas, ao mesmo tempo, é muito difícil estar dentro de uma estrutura tão grande, você tem pouca mobilidade.”
Com o desejo de fazer comunicação de forma menos complexa do que a publicidade tradicional oferece, Deh aceitou o desafio na nova casa. “Quando você entra em uma nova empresa como sócia, você está empreendendo, e empreender no Brasil é um desafio por si só”, evidencia a criativa sobre seus novos desafios. “Ao mesmo tempo que agora tenho essas dificuldades de ‘gente grande’ para resolver, estou muito confiante em saber que realizo isso ao lado de pessoas do mercado que fazem isso há muito tempo”, completa.
Para ela, o desafio agora é ser uma pessoa responsável por todo o processo e não apenas uma parte dele. “Estou doida para viver esses desafios e para ter essa relação direta com as marcas. O desafio é a parte que eu estou mais ansiosa para viver”.
Deh Bastos enfatiza sua pressa como mais um motivo para aceitar a missão desafiadora. “Como mulher, negra e em um mercado escasso para pessoas como eu, tenho pressa. Por esse motivo, dei uma acelerada na minha carreira nos últimos anos”. A profissional brinca que na publicidade o tempo corre mais rápido, que um ano neste mercado, equivale a cinco em qualquer outro.
Envolvida em outros projetos, sempre com foco em transformar relações através da comunicação e na diversidade, a MAP Brasil foi escolhida como casa também por ter valores indispensáveis para Deh.
“A MAP é uma empresa agora com quatro sócias mulheres, a diversidade aqui é parte do processo, já está estabelecida, é natural e orgânica. Sem dúvidas nenhuma, esses pontos me ajudaram a tomar a decisão por esse espaço. A identidade criativa da MAP já tem características que são importantes para mim”, comenta.
A publicitária ainda destaca que a indústria é responsável por muitas das opressões e padrões que não a incluíam. “Lutar contra esse sistema é cruel, é hostil para gente como eu e extremamente cansativo. Mas, ao mesmo tempo, o alcance da mensagem e o dinheiro investido nisso é uma ferramenta poderosa para construir o mundo que a gente acredita. Parte disso é um impulsionador do que eu quero fazer com a publicidade.”
A MAP Brasil conta com um casting de 60 talentos, sendo 57,14% mulheres, das quais, 47,22% mulheres pretas; 13,88% mulheres gordas; 46,03% pessoas da comunidade LGBTQIAP+; e 3,17% na faixa dos 60 anos. “Temos nomes muito importantes no nosso casting de pessoas negras, mulheres negras e pessoas trans, como Erika Hilton, Giovanna Heliodoro, Bielo Pereira e outros”, diz Deh.
Deh também ressalta a presença da MAP no desenvolvimento de eventos importantes, como o Bloco do Silva, Carnaval da Anitta, Festival Batekoo e Transbaile, entre outros.
“Queremos fazer publicidade de forma simples, eficiente e atravessando o impacto social - e eu não estou falando de caridade e serviço social, estou falando de coisas que impactam a sociedade. Não é sobre coisas que ficam bonitas no papel, como assistencialismo, é o impacto real, sobre a publicidade que impacta as pessoas, que transforma as vidas e faz a gente vender produtos e serviços. Entre salvar o mundo e ganhar dinheiro, a gente fica com os dois”, conclui Deh Bastos.