Websérie Lamento de Amor, criada para o Miojo, da Nissin, é exemplo de trabalho com conteúdo ágil e engajador (Divulgação)

A Dentsu continua sem uma liderança no Brasil desde a saída de Eduardo Bicudo, anunciada em junho. Enquanto o substituto segue indefinido, o argentino Juan Pedro McCormack, CEO da agência para a América Latina, explica a estrutura da operação, as perspectivas para 2022 e a importância do Brasil. Ana Leão lidera as marcas criativas, Isobar, dentsumcgarrybowen e NBS, enquanto Luísa Bernardes e Marcio Quartilho comandam as entregas de mídia e performance com a iProspect.

“Devemos buscar resultados sustentáveis para nossos clientes e para a sociedade, e esse é o nível que eles nos ajudarão a alcançar”, diz McCormack. O escritório brasileiro complementa a sua atuação com plataformas capazes de “desbloquear e explorar todo o potencial de nossa era”, define o executivo. Esse apoio vem com a Consulting, que traz soluções capitaneadas por Alexandre Sgarbi e Philippe Minerbo; e a Navegg, provedor de dados conduzido por Tiago Vargas.

A estrutura combina as potencialidades do mercado local nas áreas de criação e mídia em projetos já realizados para Sul- América, Nivea, Ferrerro, General Motors, Heineken e Nissin, entre outras marcas. A agência, que já tem 95 dos cem principais anunciantes do mundo, quer “fazer parcerias com marcas e negócios que também visam um crescimento significativo, incluindo o bem social”, indica McCormack.

O atual modelo de negócios fornece soluções integradas para que os anunciantes possam navegar pela transformação, que é também o caminho da agência para o crescimento sustentável. A recuperação de 2021 vem com um plano plurianual capaz de retomar a entrega de resultados à frente dos concorrentes. “Estou otimista em relação ao próximo ano do nosso grupo, que tem uma forte liderança e um norte muito claro”, avisa McCormack.

Juan Pedro McCormack: crescimento sustentável (Divulgação)

As soluções não virão apenas de uma expertise. Mídia, criação e consumer experience management (CXM) são as três linhas de serviços aplicadas globalmente pela Dentsu conforme as necessidades dos clientes. “Simplificamos radicalmente nossos negócios, conectando pessoas, capacidades e produtos para maximizar as oportunidades que vemos no mercado”, conta o executivo.

No Brasil, a internet puxa as chances mais promissoras. “Diante do poder do digital na vida brasileira, a publicidade encontrará espaço e oportunidade para engajar as pessoas e influenciar a sociedade de forma positiva, apoiando as marcas na jornada de transformação”, acredita o argentino. O Miojo, por exemplo, só precisou de vídeos de 15 segundos para contar uma história de amor no trabalho lançada no último mês de junho pela dentsumcgarrybowen para a marca de macarrão instantâneo da Nissin, criada em 1958.

Integração é a palavra-chave. Hoje, a publicidade tem nos dados uma compreensão única do público e da capacidade de navegar no cenário da mídia. Agilidade, colaboração e inovação chegam “em escala inigualável para conectar a jornada do consumidor de ponta a ponta”, destaca McCormack. A ânsia dos consumidores por atuarem como co-creators é outra senha para o crescimento. “A democratização da criatividade significa convidar os criadores de amanhã para dentro, mas requer manter a autenticidade, ser legítimo”, pondera o executivo da Dentsu, que antes era head de mídia da América Latina e CEO da agência no Chile e na Argentina.

Leandro Zumárraga, que atuava como CFO e COO, assumiu o comando na Argentina, mantendo a sua função como COO do Chile. Já México e Colômbia estão sob a liderança de Philippe Seignol, que também conduz as linhas de serviços Creative e CXM na América Latina. Brasil e México têm papel fundamental no avanço do grupo. A Argentina é um dos principais centros de mídia da Dentsu, a Colômbia continua a ser um polo de inovação e o Chile, segundo a agência, tem uma das ofertas de produtos mais disruptivas da região.