Às vésperas de completar sete anos no mês que vem, o Desimpedidos experimenta um momento único no aquecido mercado de conteúdo digital. Ao mesmo tempo que detém o título de maior canal de futebol do mundo no YouTube, somando mais de oito milhões de inscritos, a plataforma precisou reestruturar a operação e conteúdo para continuar relevante em meio ao isolamento social.
Se por um lado, há maior volume de pessoas em casa, além da demanda mais elevada por futebol num momento em que os jogos estão interrompidos, há também concorrência com outras marcas, clubes, veículos e ligas ofertando inúmeras opções de entretenimento. A saída foi seguir com a fórmula que já vem funcionando desde a estreia, em 2013. Quem explica melhor é Rafael Grostein, CEO da NWB, plataforma de mídia detentora do canal.
“A grande virada de chave quando abrimos o Desimpedidos foi identificar a necessidade do fã do futebol de ter protagonismo, algo que antes não existia. Os especialistas falavam de futebol na TV de forma muito quadrada e quando você encontrava seus amigos depois, a linguagem era diferente. Representamos o torcedor e a comunicação que ele faz com os amigos”.
Essa proximidade genuína é ainda mais valiosa em um contexto de isolamento social e múltiplas ofertas de conteúdos. “Com toda competição com as lives na pandemia, tivemos uma queda natural de audiência. Mas o fã do esporte tem pouca opção de conteúdo, porque as emissoras não têm muito o que falar sem as transmissões dos jogos. Estamos mais confortáveis com essa situação porque não dependemos disso. A série Vai pra cima, Fred, por exemplo, oferece conteúdo inédito, tem competitividade e emoção”.
O projeto em oito capítulos faz parte do YouTube Originals, vídeos originais da plataforma. O Desimpedidos formatou e produziu a série e a licenciou para a empresa do Google. Em sua quarta semana no ar, o projeto teve recordes de mais de três milhões de visualizações em um único episódio, número bem acima dos vídeos do canal.
Famoso por abordar pautas bem-humoradas sobre futebol ao lado de personagens irreverentes como Fred e Bolívia, o canal tem aproveitado as oportunidades de produzir conteúdos para outras plataformas. Além do YouTube, o Desimpedidos mantém quatro projetos inéditos no Facebook Watch.
Na série Até eu faria, por exemplo, Fred recruta jogadores famosos para reproduzir lances icônicos. O episódio com Marcelinho Carioca contabiliza quase 10 milhões de views. A audiência de projetos originais é um prato cheio para anunciantes. O banco BMG, patrocinador máster do Corinthians, apresentou o episódio do ídolo corintiano. Já a Netshoes patrocina a série Vai pra cima, Fred. “O conteúdo é otimizado para o consumo em cada plataforma. Como especialista em construção de audiência, nós desenvolvemos essa expertise para cada entrega”, finaliza Grostein.