Os sócios da UAUBox, Marcel Souza, Guilherme Brunhole e Thiago Brunhole, que hoje já conta com uma equipe de 70 pessoas/Foto: Divulgação

Comprar pela internet, pedir comida por aplicativos e receber produtos em casa foram comportamentos que se tornaram comuns e cresceram em todos os segmentos nesta pandemia, devido à necessidade de isolamento social. Mas um que é relativamente novo no país e ganhou força também no período é o de clube de assinaturas de produtos de beleza e cuidados. A UAUBox, criada em 2018, é um exemplo do avanço desse setor. A beauty tech, que utiliza conceitos de machine learning para entregar produtos de acordo com o perfil das assinantes, declara que cresceu 3,5 vezes em 2020 e enxerga mercado promissor.

A marca trabalha com o elemento-surpresa e o conceito de experiência. Ou seja, as assinantes recebem a caixa da UAU sem saber o que tem dentro. “Usamos muita tecnologia e dados, para entregar os produtos ideais no momento que as assinantes precisam. Temos uma acurácia de 98%, ou seja, só 2% das pessoas cancelam por causa de problemas com produtos”, diz Guilherme Brunhole, CEO e fundador da UAUBox.

A startup se inspira no modelo da americana Ipsy, que tem 4,5 milhões de assinantes. “Eles são muito grandes. O Brasil é um dos maiores mercados de beleza no mundo, ou seja, tem um espaço muito grande para a UAU crescer e acho que dá para bater 100 mil, 200 mil caixas, assim como a Wine, que tem centenas de milhares de assinantes”, afirma ele.

Em janeiro deste ano, a UAU entregou entre 35 mil e 40 mil caixas, que contêm produtos de grandes marcas como The Body Shop e L’occitane, mas também de marcas novas desse segmento. “Entregamos produtos de marcas que talvez as pessoas não conheceriam se não fosse pelas nossas caixas”.

O plano semestral da UAUBox custa R$ 69,90, mas Brunhole afirma que a assinante recebe em média R$ 140 em produtos. “Ou seja, ela recebe pelo menos o dobro de valor agregado de produtos. A gente trabalha com experiência e surpresa, as assinantes não sabem o que vão receber. Elas sabem que vão receber uma caixa com quatro ou cinco produtos, de acordo com o seu perfil”, conta o empreendedor.

Com um público formado majoritariamente por mulheres (99%), com idade média de 24 anos, a UAU foca a comunicação da marca, feita por equipe interna, em jovens. Além da presença em redes como Facebook, Instagram, YouTube e TikTok, trabalha com influencers como Mariana Saad, que tem uma caixa com a assinatura dela por R$ 149. “A diferença da caixa da Mariana é que ela escolhe os produtos para as assinantes”, explica Brunhole.

De acordo com o executivo, a UAU recebe os produtos das marcas como bonificação ou com descontos, uma vez que, muitas vezes, entrega os produtos aonde eles não chegam e também fazem a divulgação para as empresas.

Segundo ele, a UAU é apoiada em três pilares: autoestima, conhecimento e empoderamento. “Neste mês, o tema das nossas caixas é sobre a representatividade das mulheres. Todos os meses os temas mudam. Junto com a caixa, também vai uma revista em que a gente ensina as meninas a usarem os produtos, além de matérias e entrevistas com mulheres inspiradoras”.

O serviço da UAU é personalizado e cada item é escolhido através de um sistema inteligente que identifica quais produtos e marcas fazem mais sentido para cada consumidora, de acordo com as respostas que ela própria fornece por meio de um questionário.

Brunhole argumenta que hoje em dia as pessoas não querem mais gastar tempo procurando produtos, mas sim receber aquilo que desejam a partir de uma curadoria especializada. “É exatamente nisso que a UAUBox acredita e está desenvolvendo toda a tecnologia necessária para estar na linha de frente dessa mudança”.
De acordo com dados da Euromonitor, o Brasil é o quarto maior mercado do mundo em vendas de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, com faturamento de R$ 30 bilhões, atrás apenas de Estados Unidos, China e Japão.