Há duas semanas, o Google anunciou o levantamento sobre seus esforços em monitorar e extrair anúncios fraudulentos ou que oferecessem algum risco aos usuários. Foram removidos da plataforma mais de três bilhões de propagandas abusivas em 2017, o que, segundo Fabio Coelho, presidente do Google Brasil, revela parte do trabalho feito pela companhia em contribuir para um ambiente digital mais saudável.

Mas os esforços não param por aí. Outra parte fundamental nessa discussão passa obrigatoriamente pela responsabilidade dos players de tecnologia na utilização de dados dos usuários. No Google, por exemplo, atividades de navegação e preferências do usuário podem ser utilizadas como insights para empresas pensarem abordagens mais assertivas para endereçar mensagens aos targets.

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Durante o Google Think 2018, evento que discutiu como as grandes companhias orientadas por dados têm alcançado bons resultados, sobretudo combinando a inteligência data-driven ao mobile, Coelho falou ao PROPMARK sobre a responsabilidade da empresa em ser guardiã desse gigantesco volume de dados. Segundo o executivo, a plataforma já levantou mais de um bilhão de interesses de usuários, informações que servem como base para marcas que desejam melhorar sua experiência com seu público. “Essas informações precisam ser usadas da maneira mais responsável possível para que a gente possa melhorar as experiências digitais das pessoas. Isso passa por um entendimento do que é buscado, como é buscado, em quais plataformas, por quanto tempo essa informação pode se utilizada e a forma como isso vai ser utilizado”, destacou Coelho.

Para o executivo, todos esses cuidados são feitos para que seja preservado o “ativo mais precioso” da companhia. “O mais importante que nós temos é a confiança das pessoas em usarem nossas plataformas. Mas essa confiança tem um caráter opcional. Elas podem também escolher usar [os serviços do Google] navegando logadas, o que vai melhorar sua experiência, ou navegar anônimas, se não quiserem deixar nenhum rastro digital”.

Chamando a atenção para a necessidade de um esforço coletivo para um ambiente mais seguro na internet, Coelho destaca que o Google tem feito o possível para contribuir com o cenário, mas é preciso um amadurecimento do ecossistema como um todo. “O que a gente gostaria, e acho que há um grande movimento, que vai muito além do Google, é que o ambiente digital seja mais saudável, onde as pessoas possam se sentir mais confortáveis”.

Nesse sentido, o executivo reforça as estratégias já disponíveis, tais como ferramentas, processos e políticas que permitem um acompanhamento e possível remoção de conteúdos indesejados. “A internet amplifica o potencial de todas as coisas. A gente está aqui para amplificar o potencial das coisas boas e minimizar as ruins”, concluiu.

Revolução data-driven
Em sua apresentação no Google Think 2018, o executivo destacou o quanto empresas orientadas por dados têm diferencial competitivo em relação às demais. Ao mesmo tempo, chamou a atenção para o fato de metade delas ainda estarem em estágio inicial na utilização de dados para boas experiências de negócios. Levantamento feito pelo Google em parceria com a Boston Consulting Group na Europa revelou que empresas mais maduras na transformação digital aumentaram em até 30% sua eficiência e tiveram crescimento de 20% em sua receita.

A ideia é que pesquisa semelhante seja feita no Brasil para medir o impacto nos negócios locais. “Em breve teremos o panorama de como está o estágio de maturidade em relação a ser data-driven no Brasil. A ideia é tentar empoderar as empresas e os profissionais que trabalham no mercado para que, juntos, criemos um sistema mais forte, mais eficiente. Esse estudo vai revelar caminhos para aumentar a maturidade no uso de dados em grandes categorias”, finalizou Coelho.

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