Uma recente pesquisa divulgada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aponta que o país encerrou o mês de maio de 2018 com aproximadamente 18 milhões de contratos de TV paga, número que demonstra uma queda de 787 mil assinaturas em relação aos últimos 12 meses. O serviço tem apresentado queda e um dos motivos é a mudança de perfil dos usuários, que estão migrando para serviços “on demand”, de “streaming”, que oferecem preços mais atrativos de assinatura e com a inserção da publicidade de maneira mais assertiva, por meio de ferramentas de segmentação próprias do digital.

Este comportamento também impacta a audiência de TV aberta, pois as pessoas estão vendo nessa nova opção de consumir conteúdo em vídeo, uma alternativa de entretenimento e fonte de informação, onde elas passam a ter o controle de assistir aos programas quando e como quiserem. Somado a esta realidade, veremos, nos próximos meses, um aumento na busca desses serviços, em função do horário eleitoral obrigatório.

A partir do final de agosto serão 35 dias de horário político obrigatório em toda a rede de canal aberto no Brasil. Isso representa cerca de 40 horas com conteúdo de apresentação dos candidatos e, caso haja segundo turno, somam-se mais 20 minutos diários de propaganda eleitoral. Isso sem contar as pílulas de candidatos durante o dia. Infelizmente, no Brasil ainda há grande desinteresse da população em assistir propagandas políticas e, com isso, a audiência da TV aberta tende a cair durante o período.

Nessa época, é comum escutarmos os gestores comentando os grandes desafios que cercam o mercado publicitário e os resultados comerciais. As dúvidas constantes são: Como o mercado irá reagir? O consumo irá desacelerar? Como atingir meu consumidor de forma eficiente? Devo rever as minhas estratégias? A resposta para a última pergunta é: sim. Com a queda de audiência na TV aberta e paga, grandes mudanças estratégicas devem acontecer no mercado publicitário.

Anúncios em vídeo digital continuam sendo uma das principais estratégias utilizadas pelas marcas. Isso vai desde os PCs, notebooks, tablets e smartphones até a TV Conectada. Especificamente o meio TV ainda é um dos preferidos entre os brasileiros, como demonstra pesquisa realizada pela consultoria GFK sobre a venda de TV no país no período da Copa. Assim como aconteceu em eventos mundiais anteriores, o mundial da Rússia registrou aumento, dessa vez com 22% do volume de televisores comercializados, sendo em grande parte de Smart TVs. 

Com mais televisões conectadas em campo, o grande ponto é olhar para esse meio como um espaço atrativo de consumo de informações e entretenimento e não apenas um lugar de exibição tradicional. A plataforma traz oportunidade de produzir um conteúdo qualificado, sobre demanda, com formatos publicitários que podem extrapolar em muito os tradicionais 30 segundos, além de permitir o uso de storytellings, que vão além da abordagem comercial convencional.

Os aplicativos estão se apropriando das smart tvs e essa transformação abre portas para um novo mundo publicitário, alcançando inclusive novas audiências. O mercado de mídia em TV conectada continua em expansão e utilizar essa plataforma de publicidade aliada a uma oportunidade de mercado é uma estratégia que, com certeza, poderá potencializar resultados. Se souber utilizar o conteúdo multiplataforma de maneira eficiente e diferenciada, quem ganha essa eleição será a sua marca.

Riza Soares é diretora geral da smartclip no Brasil