Em um contexto de alta do uso de smartphones próprios por crianças entre 4 e 6 anos no Brasil, a publicidade em aplicativos infantis não é bem recebida pelos pais. 

Segundo a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Crianças e Smartphones no Brasil, apenas 26% dos pais estão dispostos a pagar por aplicativo sem anúncios. Outros 67% se sentem incomodados com os anúncios e 94% preferem baixar títulos gratuitos que não contenham publicidade. 

Como curiosidade, o incômodo é maior entre aqueles que são pais de meninas (71%) do que entre os pais de meninos (65%).

Uso de celulares 

Segundo Fernando Paiva, editor do Mobile Time e coordenador da pesquisa, a publicidade infantil tem como principal consequência nociva o estímulo precoce ao consumismo em crianças. “Descobrimos na pesquisa que 47% dos pais admitem que já compraram produtos ou serviços que os filhos pediram depois de terem visto no smartphone. Quem tem filhos sempre terá esta preocupação. É comum os pais terem dificuldade de lidar com a situação”, afirma.

Na faixa etária entre 4 e 6 anos de idade, aumentou de 23% para 30% a proporção de usuários de smartphones

De acordo com a pesquisa, em um ano, na faixa etária entre 4 e 6 anos de idade, aumentou de 23% para 30% a proporção de usuários de smartphones próprios, com alta de 44% para 50% no extrato entre 7 e 9 anos. Cerca de 40% das crianças até três anos de idade já fizeram pedido por um celular. O percentual cresce gradativamente, chegando a 96% entre as crianças de 10 a 12 anos. 

De acordo com a pesquisa, cerca de 83% das crianças brasileiras de 0 a 12 anos acessam um smartphone, seja próprio ou emprestado dos responsáveis.

Para 45% dos pais, os amigos dos filhos são quem mais influenciam as crianças a quererem ter um celular. Somente 13% entendem que eles próprios, ou seja, pai e mãe, influenciam nesse aspecto.

Os números da pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Crianças e Smartphones no Brasil foram obtidos em entrevistas realizadas entre 21 e 25 de setembro, com 1.580 pessoas. O grau de confiança da pesquisa é de 95% e a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais. O relatório pode ser baixado aqui.