Com atualmente mais de 15 milhões de seguidores no Instagram e mais de 5 milhões de inscritos no YouTube, Flavia Pavanelli é uma das maiores influenciadoras digitais do Brasil.

Sua carreira teve início quando ela tinha apenas 14 anos, e hoje, aos 21, Flavia já trabalhou com marcas como Nike, Trident, Hope, Mac, Eudora, Sphora, Natura e Dior. Em 2018, ampliou sua abrangência e ganhou a TV aberta ao estrear como atriz na novela ‘As Aventuras de Poliana’, do SBT.

Na entrevista abaixo, Flavia fala da profissionalização dos influenciadores digitais, de sua relação com os anunciantes e da produção de conteúdo que gere uma conexão real com o público. “A pessoa te acompanha porque ela se identifica com você. É por isso que eu sempre tento ser transparente”. Acompanhe:

“É importante que eu agregue algo pra marca e que a marca agregue algo pra mim” (Divulgação/Danilo Borges)

PROFISSÃO
Eu peguei bem o começo das redes sociais. As pessoas estavam começando a entender melhor a relação entre influenciadores e marcas, e desde então eu não parei de trabalhar.

Existe até hoje um preconceito com o influenciador enquanto profissional. Querendo ou não, é uma profissão muito nova. Quando a gente fala desse boom virtual, isso ainda é muito pequeno, a gente vive em uma bolha e ainda há muitos lugares onde a internet ainda não chegou.

Mesmo assim, ainda acho que as pessoas estão começando a respeitar e entender o nosso papel, e eu tento mostrar que isso é, de fato, um trabalho. Não dá pra eu entrar em uma loja, pegar uma camiseta e sair sem pagar (em troca de divulgação). Não é só um post, há muitas coisas por trás, há o custo de minha equipe, de fotógrafo, diversas coisas. 

Mas é claro que uma coisa ou outra eu acabo ajudando: pessoas que precisam, que têm produtos para custear tratamentos médicos e coisas assim. Não tem por que eu não ajudar as pessoas. Mas de forma geral, sou seleta em relação a empresas porque é o meu trabalho, não posso sair por aí fazendo tudo.

RELAÇÃO COM AS MARCAS
Eu sou muito transparente e só faço algo que realmente acredito e quando me conecto de verdade com a marca. Eu tomo muito cuidado na hora de fechar parcerias porque pra mim o mais importante é transmitir verdade, passar a minha essência. Eu conheço o meu público e sei o que construí ao longo dos anos.

O que uma marca está acostumada a fazer com outras influenciadoras pode não funcionar bem no meu perfil, então eu sou muito presente em todas as etapas, acho que é um diferencial. Sou superaberta e sempre quero o melhor pras marcas, tento construir uma relação boa e a longo prazo. Por isso estou sempre pensando junto, sugerindo, conversando.

É importante que eu agregue algo pra marca e que a marca agregue algo pra mim.

Já fiz ações para Nike, Trident, Desinchá Beauty, Foreo, Linea, Hope, Sephora, Mac, Eudora, Ornare, Unidas, dentre várias outras. Uma marca que eu nunca esperei trabalhar, que é um sonho de consumo master e que acabou acontecendo foi a Dior – viajei com eles para Los Angeles (EUA) em maio para um evento com pessoas renomadas do mundo da moda e fiquei muito feliz em estar no meio disso.

APRENDIZADOS
O relacionamento com as marcas foi um aprendizado natural, foi acontecendo. Com a experiência a gente vai descobrindo o que funciona, o que não funciona, o que as pessoas gostam de acompanhar e o que não dá certo. É na prática.

Eu tenho uma equipe, mas estou à frente de tudo. Tem uma pessoa que às vezes me ajuda com o Instagram quando eu estou o dia todo no estúdio ou em outra situação que não posso mexer no celular. Mas eu monto a programação de posts, deixo tudo certinho, brifado e escrito para que não fuja do que as pessoas estão habituadas a acompanhar.  

TRANSPARÊNCIA
Meu público sabe que eu só indico o que eu realmente gosto, e acho que esse cuidado me dá credibilidade para atingir diversas pessoas. É claro que a faixa etária principal dos meus seguidores está entre 18 e 28 anos, mas há uma parte abrangente que vai desde crianças até as avós delas.

Hoje eu tenho total noção do quanto eu influencio essas pessoas e meu intuito é fazer isso sempre pro bem. No começo, nem todos os influenciadores mostravam a realidade de tudo. Era só coisa bacana, viagem… e não é assim sempre. Uma das coisas mais importantes é a identificação. A pessoa te acompanha porque ela se identifica com você: seja a forma como você fala, seja um produto que você gosta, seja uma banda que você ouve e ela também.

É por isso que eu sempre tento ser transparente. Por exemplo, quando eu tive meu problema de pele, eu sei que muita gente passa por isso, e não tem motivos pra eu não abrir algo que aconteceu na minha vida pra inspirar elas e dizer que está tudo bem. Então eu me coloco ao lado do meu público porque quando eu preciso eles estão ao meu.

RECONHECIMENTO
A gente espera, mas a gente nunca tem 100% de noção, até hoje eu não tenho. Eu sempre gostei de estar nesse meio, comecei a trabalhar como modelo aos 5, 6 anos. Aos 14 comecei na internet. Mas sempre tive uma estrutura familiar que me deu suporte, me mostrou o que aconteceria com a minha vida conforme eu fosse crescendo, me deu a direção para minhas decisões. É difícil ter a dimensão do que é ter 15 milhões de pessoas te acompanhando, mas é algo especial.