A equipe Deep Digital da LLYC analisou mais de 169 milhões de postagens em redes sociais dos 12 países em que a empresa está presente

Mensagens de ódio contra o coletivo LGBTQIA+ nas redes sociais estão ganhando espaço entre aqueles que promovem o apoio a esse grupo. O volume de mensagens negativas aumentou quase 9,4% nos últimos quatro anos. Enquanto as positivas caíram 41,25%.

Essa é a principal conclusão do relatório "Discurso de ódio e orgulho LGBTQIA+ na conversa digital", elaborado pela LLYC no âmbito do Pride 2023. Usando técnicas de Big Data e Inteligência Artificial, a equipe Deep Digital da consultoria analisou mais de 169 milhões de publicações nas redes sociais para entender como tem evoluído o diálogo entre as comunidades detratoras e promotoras nos 12 países em que a empresa está presente, 10 na América (Estados Unidos, Brasil, México, Argentina, Colômbia, Chile, Peru, Equador, Panamá e República Dominicana) e dois na Europa (Espanha e Portugal).

As principais narrativas promocionais detectadas no relatório têm a ver com o apoio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao coletivo LGBTQIA+, com apoio à comunidade trans, a celebração do Orgulho em todo o mundo, a promoção do respeito pelas decisões sobre identidade de gênero e reivindicações para colocar a bandeira do arco-íris em instituições-chave. Ao contrário, as narrativas detratoras que mais fazem sucesso são as que se referem à aversão ou ao ódio contra essa comunidade, denúncias sobre a chamada ideologia de gênero, críticas a supostos privilégios do grupo e adoção por casais LGBTQIA+.

Ao analisar por país, a maioria das mensagens promocionais vem dos Estados Unidos (69,08%). Em seguida estão Espanha (12,62%) e México (5,70%). Quanto aos detratores, em volume lidera o Brasil (37,67%) enquanto os países com maior conversa contrária ao grupo são Equador (61,33%), Chile (50,76%), Peru (50,13%) e República Dominicana (38,74%). ).

Brasil

De acordo com o estudo, no Brasil houve um decréscimo significativo de 46,24% na comunidade promotora, enquanto a comunidade opositora registrou um aumento de 13,16%. Além disso, no final de 2022, observou-se um aumento no número de membros da comunidade opositora. Entre as principais narrativas positivas destacam-se a celebração do mês do Orgulho, o reconhecimento da parada do orgulho gay como um evento de "causa" importante para conscientização, a promoção do respeito pelos direitos LGBTQIA+ e denúncias sobre violência nas prisões.

Por outro lado, as principais narrativas opositoras envolvem a rejeição à adoção de crianças por casais da LGBTQIA+, o uso do termo "ideologia de gênero" como um ataque ao coletivo e críticas a supostos "privilégios" da comunidade LGBTQIA+.

Para David González Natal, sócio da LLYC e líder do relatório, é preocupante tanto o crescimento do discurso de ódio quanto o retorno metafórico ao armário digital pela conversa que celebra os direitos do coletivo. "Tudo isso faz com que, por um lado, devemos pensar mais do que nunca em medidas que protejam o coletivo desses ataques a que são submetidos nas redes sociais, mas também em como projetar histórias positivas de impacto que promovam conversas positivas e solidárias. Empresas e marcas têm um papel claro em tudo isso muito além do Pride", destaca.

Campanha 'Rainbot'

Para ajudar a melhorar o discurso do orgulho LGBTQIA+ contra o discurso de ódio e conscientizar a sociedade sobre o quão perigoso é para esse grupo amplificar essas mensagens depreciativas, a LLYC lançou a campanha 'Rainbot', o primeiro bot que transforma tuítes de ódio contra o coletivo LGBTQIA+ em poemas que celebram a diversidade.

Especificamente, localiza essas mensagens odiosas no Twitter e, usando uma Inteligência Artificial generativa, detecta as palavras ofensivas e as transforma em pequenos poemas de apoio ao coletivo que depois são compartilhados para que possam ser ampliados. O bot foi desenvolvido pelas equipes criativas e Deep Digital da consultoria.

(Créditos da imagem: Cecilie Johnsen/Unsplash)