Fabio Coelho: "conteúdo é rei, mas a distribuição é a rainha"O avanço cada vez mais rápido da tecnologia e dos hábitos de consumo representa uma oportunidade e uma ameaça em escala inimaginável para os players de mídia. Com o intuito de apresentar e debater algumas das melhores práticas para o mercado de conteúdo, o Google reservou uma tarde para debater entretenimento no Google Think.

A frase de Fabio Coelho, presidente da companhia de buscas no Brasil, foi a tônica do evento logo na abertura. “Conteúdo é rei, mas a distribuição é a rainha. E é nisso que temos que insistir em educar o nosso mercado”, disse o executivo, citando a eficiência na produção, venda e comunicação como principais objetivos.

Marcio Garcez, head of consumer goods, media and entertainment do Google, pontuou a evolução digital com argumentos como o volume de dados gerado globalmente e poder de compra de pessoas conectadas, que representam 73% do consumo no Brasil. Então, Garcez convocou uma mesa de debate, formada por Gustavo Diament, managing director do Spotify para a América Latina, Philippe Carrasco, gerente de conteúdo multiplataforma do SBT, Vinícius Losacco, vice-presidente de marketing da Netflix, e Débora Bonazzi, head of media, industry e entertainment do Google Brasil.

Cada player contou um caso positivo de adaptação de sua plataforma com o decorrer do tempo, das mudanças comportamentais e dos desafios, como o horário político (SBT – continua passando Chapolim em sua versão online), a queda na venda de DVDs (Netflix – passou a ser streaming) ou as mudanças no mercado fonográfico (Spotify – oferece serviço freemium e remunera os artistas), e depois chegou a alguns pontos cardeais da inovação e adaptação às novas mídias: ser um “antropólogo da cultura pop”, como afirmou Carrasco, apostar em “conteúdo relevante e uma experiência única para o usuário”, como disse Losacco, “usar a personalização a seu favor”, segundo Diament, e apostar na inteligência da curadoria e distribuição.

Ainda nesta seara, Daniel Conti, general manager do grupo Vice no Brasil, apontou as adaptações e inovações feitas por sua companhia, apostando no digital como fundamental e especialmente em como se tornar “voz de uma geração” e conversar com o consumidor em vez de apenas falar para ele. “Temos que pensar sempre no formato que as pessoas estão consumindo conteúdo e nos adaptarmos”, disse.

Encerrando o evento, Kim Larson, head do Google Brandlab, reforçou a necessidade de um diálogo entre marca e consumidor, enquanto Steven Johnson, autor de “Where Good Ideas Come From”, abordou o processo criativo e os estágios da inovação.