Masculinidade desfeita, realismo conceitual e segundo renascimento. Essas são as três tendências visuais apontadas pela Getty Images como os trends de 2018. O levantamento foi feito pela equipe de antropólogos visuais da empresa, a partir dos dados de buscas e downloads em sua plataforma, que tem em média mais de
1 bilhão de buscas e mais de 400 milhões de downloads por ano. Segundo a companhia, os trends refletem o que as imagens na publicidade, mídias sociais, branding, cultura pop e arte estão dizendo.
O estudo mostra, por exemplo, termos que cresceram em buscas feitas em inglês globalmente. Em “Masculinidade Desfeita”, houve aumento de 126% pelos termos Man Medititation (meditação masculina), de 60% por Single Father (pai solteiro) e 53% em Gay Dads (pai gay). Em “Realismo Conceitual”, o aumento foi de 186% por Luxury Abstract (luxo abstrato) e 329% por Unique Concept (conceito único). E em “Segundo Renascimento”, cresceu 157% por Painted Portrait (retrato pintado) e 344% por Gen Z (geração Z).
A Getty Images também continua vendo tendências “antigas”, como a Female Rising (ascensão feminina), de 2013, sendo usada por marcas como a Skol, que de mulheres em biquínis passou a mostrar personagens fortes, além da Unfiltered (sem filtro) e Virtuality (virtualidade), de 2017.
Diversidade, humor e arte
A “Masculinidade Desfeita” seria, basicamente, redefinir o que significa ser homem. Essa tendência significa que o conceito antiquado de masculinidade está desaparecendo para dar lugar a um movimento em direção a um lado complexo, gentil e emotivo dos homens. Tais imagens devem ser usadas para quebrar expectativas de como homens e mulheres são retratados em narrativas visuais, atrair o número crescente de homens que respondem a visuais empáticos e autênticos, e ir além dos estereótipos masculinos do passado.
O “Segundo Renascimento” busca adicionar diversidade a temas clássicos. A empresa explica que a arte renascentista parece estar se renovando com essa tendência, na medida em que artistas com celulares criam imagens que evocam uma sensação de arte clássica. Retratos remetem às imagens de eras passadas, usando paletas sutis e tecidos luxuosos que lembram pinturas. Além disso, esse trend tem a ver com oferecer novas perspectivas e defender a diversidade.
Já o “Realismo Conceitual” busca mostrar a realidade de maneiras inesperadas. Ela reflete a evolução de tendências visuais, das novas tecnologias e do ceticismo do público atual em aceitar as coisas como elas parecem ser. Os consumidores querem imagens que pareçam reais, mesmo se a ideia por trás delas seja improvável. Imagens mais conceituais estão sendo feitas em estilo realista, oferecendo uma noção de tangibilidade e familiaridade com as imagens, mas mantendo “o absurdo que adiciona fascínio”.
Andrew Delaney, diretor de conteúdo criativo da Getty Images, afirma que “imagens fazem diferença”, que a empresa leva essa responsabilidade extremamente a sério e acredita que a diversidade é importante no que está sendo retratado e por trás das lentes. “No caso da masculinidade desfeita, pode haver resistência cultural, mas quem tem um papel na criação, distribuição e seleção de imagens tem a capacidade – e a responsabilidade – de representar melhor os diversos públicos com quem está falando. Isso não só faz sentido nos negócios, como para as pessoas”.