Há 30 anos, a expressão Mata Atlântica não era recorrente no vocabulário ecológico. Mas a devastação desse bioma tropical, que se estende por boa parte da área litorânea brasileira, originalmente com 1,3 milhão de quilômetros quadrados, hoje com apenas 12,8% de cobertura, propiciou uma mudança de atitude. A popularização da expressão ocorreu com o lançamento da Fundação SOS Mata Atlântica, que contou com uma campanha “pro bono” assinada pela DPZ. O sucesso de Bandeira, como relembra Marcia Hirota, diretora-executiva da instituição, abriu as portas para a luta que os fundadores se dispuseram a abraçar.
“Havia uma urgência para proteger a floresta, que nessa época ocupava 8,8% do espaço original. O desmatamento diminuiu. Estados como Rio de Janeiro e Paraná, que eram líderes na destruição, hoje estão com índice zero. A recuperação é pequena porque depende de métricas que vão sendo atualizadas, mas podemos dizer que cresceu para 12,8% nessas três décadas de trabalho”, diz Marcia.
Várias agências de publicidade contribuíram com campanhas para a SOS Mata Atlântica, entre as quais a Y&R, Lew’LaraTBWA e a F/Nazca Saatchi & Saatchi, que conquistou, com a campanha Xixi no Banho, três Leões no Festival de Cannes de 2010: prata na área PR Lions; ouro, em Film Craft Lions, que estreava no evento; e prata em Titanium&Integrated Lions, o primeiro do país nessa competição criada em 2002. A DPZ, que deu início à série, retornou ao atendimento agora como DPZ&T já que a conta estava na carteira da Taterka.
“Além das agências parceiras, temos muito apoio dos veículos de comunicação de um modo geral que emprestam espaços preciosos para divulgarmos os problemas relacionados com o desmatamento. A rede Cinemark também cede breaks para veicularmos campanhas da fundação”, detalha Marcia. “Algumas produções exigem investimentos, mas, muitas vezes, as produtoras colaboram. Em setembro, o mês exato dos 30 anos, vamos ter uma campanha especial. Mas já estamos no clima da celebração desde do fim do ano passado. Esse período teve muitos ganhos, como a aprovação da Lei 11.428, de 2006, que protege a Mata Atlântica”, acrescentou.