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“Nunca antes na história da humanidade foi tão fácil e tão rápido conseguir informação, qualquer que seja ela. E mais: nunca foi tão fácil conseguir tanta informação sobre tudo. Isso tudo, claro, graças à internet. Hoje, seria impensável acreditar no tempo que a carta de Pero Vaz de Caminha, anunciando o descobrimento do Brasil, levou para chegar às mãos do rei D. Manuel I, de Portugal.

Hoje, qualquer acontecimento, em praticamente qualquer lugar do mundo, pode ser visto, ouvido ou lido em questão de minutos, poucos minutos, praticamente real time. Está aí o Big Data – termo cunhado para descrever o crescimento, a disponibilidade e o uso exponencial de informações estruturadas e não estruturadas. A título de curiosidade, a busca pelo termo devolve quase 700 milhões de resultados.

E o que fazer com tanta informação? Como torná-la conhecimento, útil, vantagem competitiva? Ou seja, o que fazer com tantos dados disponíveis na internet? A comunicação deu uma resposta para isso, com a utilização criativa de uma informação, transformando dados em conhecimento sobre um assunto, marca, público, mercado e desenvolvendo uma solução, um conceito, uma linha criativa.

Creative data é uma tendência, ajuda a vender de forma mais eficiente e leva em conta os vários interesses e comportamentos de uma mesma pessoa, esteja ela onde estiver. Na verdade, o creative data atinge, por exemplo, os aficionados por carros não só nos canais mais óbvios, mas em outros, muitos outros, pois as pessoas são assim, têm múltiplos interesses.

Outro aspecto para o qual a comunicação precisa dar atenção é a internet das coisas, que vai literalmente permitir a coisas como geladeiras, aparelhos de televisão, carros e wearables falar com as pessoas ou fazer coisas por elas. Isto, claro, representará outro enorme acúmulo de dados e, desta vez, de forma ainda mais detalhada, muito, muito pessoal. Basta pensar na possibilidade de que uma geladeira possa, além de informar e acessar o site do supermercado para comprar o que está faltando, avisar o consumidor, por exemplo, que determinados produtos – inclusos em sua lista de compras – contêm muito açúcar, sal ou gorduras.

E por falar nisso, mais do que nunca, a integração entre tecnologia e saúde será cada vez mais útil e essencial na prevenção de doenças, próteses 3D, facilidade de acesso a informações dos pacientes e telemedicina. São inúmeras as iniciativas nesta área e, pensando por esse lado, afinal de contas a geladeira que informa que tais alimentos podem não ser tão saudáveis será apenas um detalhe.
Todos esses fatos, inevitavelmente, acabam por nos fazer refletir sobre privacidade e saturação. A primeira delas, sinto dizer, praticamente não existe mais e, a cada dia que passa, fica mais e mais difícil de conseguir. Quanto à saturação, quem de nós já não teve vontade de simplesmente ‘apagar’ da memória informações absolutamente irrelevantes às quais somos expostos a cada minuto?

Estamos vivendo uma verdadeira overdose de informação. É um bombardeio. Tanto isso é verdade que já está se criando uma contracultura de desconexão. O que se busca hoje é um pouco mais de simplicidade. As pessoas preferem marcas que simplifiquem as suas escolhas.

Precisamos redescobrir isso a cada dia!”

André Pasquali é sócio e VP de planejamento e criação da Rapp Brasil