Dados da nova edição do estudo mostraram um distanciamento entre a sociedade e inovações

A Edelman Brasil divulgou os resultados do estudo "Edelman Trust Barometer 2024", que mede a confiança das pessoas e tem recortes para o Brasil.

Os dados da nova edição da pesquisa apontaram para um distanciamento entre a sociedade e inovações como Inteligência Artificial, medicina genética e alimentos geneticamente modificados.

No recorte brasileiro, as empresas foram apontadas como as instituição mais confiáveis para a população, com percentuais de 63%. Já as ONGs, mídia e o governo ficaram em patamar de neutralidade, com 52% e 50%.

Além disso, as empresas brasileiras também ocupam a 11ª posição no ranking geral, com 63% de confiança e ficando atrás de países como México, Nigéria, Tailândia, Emirados Árabes, Indonésia e Índia, que ocupa o primeiro lugar com 82%.

Além disso, o levantamento também identificou uma lacuna entre a confiança nos setores e nas inovações. Os dados da Edelman apontou que 79% dos brasileiros afirmam que as empresas de tecnologia são confiáveis mas apenas 53% confiam em inteligências artificias.

A discrepância maior ficou com a empresa de alimentos e bebidas, onde 72% apontaram que confiam nas inovações do setor, mas só 32% confiam em alimentos geneticamente modificados.  

Ainda no recorte brasileiro, a figura do "Meu empregador" é a mais confiável para fazer o que é certo no geral, com 82% de confiança mas, sobre o cenário de trabalho, o desemprego segue sendo o medo mais elevado dos brasileiros, com 91% de preocupação.

O relatório ainda apontou uma desconfiança entre os líderes tradicionais, com a preocupação de que autoridades governamentais (72% preocupados), líderes empresariais (64%) e jornalistas e repórteres (68%) estão tentando enganar as pessoas propositalmente, dizendo coisas que sabem ser falsas ou exageradas.

"Comunicar prós e contras, manter inovações financeiramente acessíveis e ouvir as preocupações do público estão entre as etapas essenciais para empresas nesse processo de transformações", comenta Ana Julião, gerente geral da Edelman no Brasil.

Outro ponto revelado pelo estudo é que 68% dos brasileiros entrevistados esperam que os CEOs gerenciem as mudanças que estão ocorrendo na sociedade. Entre os empregados, mais de 8 em cada 10 funcionários consideram importante que seu CEO seja transparente sobre questões como habilidades profissionais para o futuro (88%), o uso ético das tecnologias (86%) e o impacto da automação nos empregos (82%).

Apesar de serem as únicas confiadas para integrar inovações na sociedade, o levantamento da Edelman mostrou que a expectativa é que as empresas não atuem sozinhas. Entre os brasileiros ouvidos na 24ª edição do Trust Barometer, 59% afirmaram que confiariam mais nas empresas se elas se aliassem ao governo.