A Editora Referência recebeu nesta quarta-feira (16), em sua sede, em São Paulo, uma apresentação do cartunista e professor Dorinho Bastos. A ação integra as celebrações de 41 anos da editora, responsável pela publicação do jornal propmark e das revistas Propaganda e Marketing. Colaborador dos dois primeiros títulos, ele foi homenageado por sua contribuição – iniciada em 1975.
Em sua visita, Dorinho abordou o tema “Comunicação visual como estratégia de marca”, destacando principalmente a diferença entre o branding, termo cada vez mais utilizado na comunicação, com a identidade visual. “Tudo está sob o enorme guarda-chuva que é o marketing. O branding compreende todos os elementos que constroem e traduzem o significado daquela marca, é muito mais abrangente, enquanto a identidade visual tem nome autoexplicativo. Gosto da definição que indica a identidade visual como o encontro do marketing com o design. Além disso, é sempre importante lembrar que o primeiro contato que há entre o público e a marca é exatamente o visual”, destacou.
Arquiteto por formação e participante da coordenação do curso de Design da USP (Universidade de São Paulo), o profissional também analisou a diferença entre termos batidos e muitas vezes utilizados aleatoriamente pelos não especialistas para se referir às identidades visuais. “O que muita gente costuma chamar de logotipo é na verdade o símbolo, conjunto de elementos gráficos que remetem àquela marca O logotipo é a referência gráfica do nome escrito da empresa. Muitas vezes, símbolo e logotipo podem aparecer em um conjunto visual”, detalha, abordando também outro termo “polêmico” entre os designers: a logomarca. “Teoricamente, a nomenclatura é uma invenção. Não há uma definição para ela. Na minha opinião, o termo logomarca poderia ser usado em casos extremos, quando a identidade visual de certa marca seja, invariavelmente, a união de um símbolo com o que seria o logotipo, como nos casos de Castrol e MasterCard, por exemplo”, avalia.
Dorinho também analisou o case de reformulação da marca TAM como exemplo de trabalho desenvolvido entre designers e diretores de arte, empresas especializadas e agências de publicidade. “A TAM tinha uma identidade visual extremamente envelhecida. Com a chegada de GOL e Azul, isso ficou ainda mais latente. A conta é atendida pela Y&R, que tem dezenas de ótimos diretores de arte, mas que não pode parar toda sua equipe para se dedicar a esse tipo de trabalho. Um designer pede entre 30 e 60 dias para fazer uma identidade. Nesse período, uma agência desenvolve cinco campanhas. Há um timing totalmente diferente. É o permanente versus o efêmero”, salientou.
No caso em questão, a agência coordenou o trabalho e contratou a consultoria de branding Thymus para fazer um estudo da marca e, em seguida, a Dezign com Z para desenvolver o novo desenho. “Após esse processo, tudo voltou para as mãos da Y&R, que realizou aquilo que sabe fazer tão bem: uma enorme campanha publicitária para comunicar aquela mudança”, completou.