1. De há muito considerada uma prática facilmente enganosa, o marketing político alcançou o fundo do poço nas eleições presidenciais, quando a sucessão de mentiras deve ter batido todos os recordes anteriores de desfaçatez.
O exagero foi tanto e tamanho, que a própria eleita apresentou-se diferente logo em seguida ao resultado final das urnas, abrindo os braços para a conciliação nacional. Era outra pessoa se dirigindo para a população brasileira na noite de domingo, 26/10.
Sobre a apuração, epílogo de uma eleição que ficará na história como exemplo de reprovável marketing político, soou estranha a divulgação dos resultados parciais da apuração, quando mais de 90% dos votos já estavam computados.
Mais estranho foi o povo que votou em Aécio não ter visto seu candidato na frente (e isso ocorreu desde a primeira urna aberta) até pouco antes do momento da divulgação dos resultados parciais quando Dilma Rousseff já havia passado à frente do candidato Aécio Neves.
A justificativa foi que o Acre, devido à diferença do fuso horário, ainda não havia concluído a votação. Neste caso, o mais correto teria sido iniciar a apuração da primeira urna somente após o encerramento da votação no Acre, permitindo a toda a nação acompanhar o desenrolar da apuração, como sempre ocorrera em situações semelhantes.
Inconformado com os resultados finais e com o procedimento acima comentado, o PSDB requereu na última quinta (30) recontagem dos votos, o que muito provavelmente será indeferido (se já não foi logo depois deste editorial ter sido redigido), pois há um visível aparelhamento em toda a estrutura do Estado brasileiro.
2. Quando registrávamos em nossa última edição, neste espaço, o que nos esperava após as eleições, algumas considerações já emitiram sinais, como o culto que se desenrola no partido governista, visando o controle da mídia.
A própria presidente Dilma Rousseff já havia declarado, em campanha, que era a favor do controle patrimonial da mídia e não do seu conteúdo, o que de qualquer forma inspira desconfiança, porque representa a intervenção do Estado na vida privada das empresas.
E nem se diga, como agora parece que foi redescoberto pelas autoridades maiores da nação, que os meios eletrônicos são concessão do Estado.
São realmente concessão, como todo o universo das telecomunicações, para a melhor distribuição dos mesmos pelo território nacional, contribuindo para o espalhar da informação e da cultura de forma mais ou menos uniforme por todo o país.
A concessão oficial – e isso precisa ficar bem claro – não significa atrelamento do conteúdo dos meios eletrônicos à ideologia ou aos interesses do governo de plantão. Não significa, por conseguinte, concordar no seu ideário e no campo da sua matéria-prima específica que são as notícias, com as autoridades que, estas sim, receberam uma concessão do povo para desenvolver seus mandatos, que deve pelo menos de quatro em quatro anos ser renovada.
E se naquela concessão dos meios eletrônicos há condições técnicas para sua aprovação e desfrute – e somente isso – na concessão da outorga da população aos seus representantes nos poderes da União, Estados e Municípios, ela é mais abrangente, impedindo que nada se faça senão ao império da lei.
Mesmo assim, nosso sentimento é o de que teremos problemas daqui para frente e para tanto já se abriu uma discussão em torno de plebiscito e/ou referendo, para as reformas políticas prometidas pela presidente Dilma Rousseff no seu primeiro pronunciamento à nação após reeleita.
Não duvidamos da integridade da S. Exa., mas – como disse o saudoso Pedro Aleixo ao presidente Costa e Silva, quando este lhe mostrou o texto do AI-5 e aquele discordou, tendo o presidente indagado se Pedro Aleixo então nele não confiava: “Confio plenamente em V. Exa., mas não confio no guarda da esquina”.
Essa é a questão que se repete quando os ânimos ficam exacerbados. Os guardas da esquina não relutam em exagerar, mesmo ao arrepio da lei, porque acreditam que a sua verdade reduzida passou a ser a verdade da nação.
3. A entrega do Prêmio Castelo Branco, em sua 10ª edição, pela ESPM Social aos vencedores responsáveis pelas melhores campanhas publicitárias dentro do regulamento da premiação, representou momentos de grande emoção ao público presente no auditório do Masp, na Avenida Paulista.
A propaganda foi a grande vitoriosa da noite, mostrando a sua força de alcance e pertinência, ao se aliar a movimentos sociais e verdadeiramente cívicos em prol de trazer conforto e esperança a quem necessita.
A 10ª edição do Prêmio Castelo Branco confirma a qualidade de excelência da mais importante escola do mercado da comunicação no Brasil, ratificando pesquisa promovida pela revista Negócios da Comunicação, que em setembro, e pelo segundo ano consecutivo, reconheceu na ESPM “uma das pessoas jurídicas que melhor se comunicam com os jornalistas na categoria educação”.
Nessa ocasião, e aí como premiada, a ESPM dividiu o prêmio a que fez jus com a sua parceira SPGA Consultoria de Comunicação, responsável pela assessoria de imprensa da escola.
4. A Freakom assinou contrato com as maiores operadoras de telefonia digital do país. A parceria, que já havia sido celebrada com a Vivo em São Paulo, chegou agora aos clientes da operadora também no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, permitindo que mais 41 milhões de usuários tenham acesso ao serviço.
A novidade é que os clientes da Claro e Vivo, em todo o Brasil, já contam com o serviço e atingem mais de 144 milhões de usuários ativos.
Com isso, a Freakom passa a ter 68% de share da telefonia móvel. O mobile marketing já atrai 25% do tempo de atenção das pessoas, mas só recebe 4% do total do investimento em comunicação do marketing em todo o planeta. Em breve, telefones públicos e fixos também terão acesso ao canal de mídia.
5. Marta Gleich, diretora de jornais online do Grupo RBS, recebeu de João Firme, secretário-geral da ALAP – Associação Latino-Americana de Publicidade, a placa de homenagem da Associação Sol do Sul, presidida por Jaqueline Dreyer, realizadora do 2º Festival do Rio Grande do Sul em Paris.
O motivo da homenagem prende-se ao cinquentenário de Zero Hora, o jornal de maior circulação no Sul do país.
A cerimônia foi realizada no último dia 10 em Paris, quando ocorreu o pré-lançamento do 20º Festival Mundial de Publicidade de Gramado, agendado para o período de 10 a 12 de junho de 2015.
6. Nesta terça (4), a partir das 19h, no Bar Astor da Vila Madalena, em São Paulo, acontece lançamento do livro “Achados & Roubadas”, com Washington Olivetto contando suas experiências gastronômicas ao redor do mundo.
O evento é uma iniciativa da Editora Panda Books, da Livraria Cultura e do Bar Astor.
*Este editorial foi publicado na edição impressa do propmark, nº 2522, de 3 de novembro de 2014