Finda a Segunda Guerra Mundial, com a vitória dos aliados, coube aos Estados Unidos, líder dos vencedores juntamente com a Inglaterra, produzir ajudas aos países de economia mais fraca do Ocidente, um deles o Brasil.

Grandes empresas jornalísticas da época também foram beneficiadas, pois formavam a opinião pública e isso todos sabemos como é importante. Ao mesmo tempo, dentre aquelas cujos comandantes possuíam uma visão acima da média dos seus concorrentes, havia o Grupo Associados, presidido pelo lendário Assis Chateaubriand, que intuía a necessidade de uma formação profissional aos publicitários da época, beneficiando assim todo o mercado do setor, inclusive e principalmente na época, da cadeia Associada.

Foi assim que Chateaubriand, dentre várias outras providências para reforçar e valorizar a propaganda brasileira, convocou um grupo de comandantes publicitários, liderados por Rodolfo Lima Martensen, para uma conversa na sede dos Associados aqui em São Paulo, discorrendo Chatô a eles sobre a necessidade de se criar uma escola moderna que ensinasse de forma mais abrangente as melhores e mais modernas técnicas publicitárias.

Surgiu então a Escola de Propaganda, capitaneada por Rodolfo Lima Martensen, presidente da Lintas, então uma espécie de house de famosa fábrica multinacional de cosméticos da época, em plena expansão em nosso país ao término da guerra.

Foi assim que surgiu, ainda que modestamente, a Escola de Propaganda de São Paulo, ocupando duas salas cedidas por Chatô no prédio dos Associados, na Rua 7 de Abril.

A escola logo deslanchou, pois a comunidade de negócios da época, principalmente na capital paulista, já tinha noção da força da propaganda, que necessitava apenas de bons profissionais para melhor exercer as suas finalidades.

Com esse pensamento voltado para o futuro breve, Martensen contratou Francisco Gracioso, então gerente de vendas da Cia. Antarctica de Bebidas e Conexos, para dirigir a escola, sabedor da paixão de Chico Gracioso (recém-falecido), pelas atividades publicitárias.

Procuraram uma casa na Bela Vista (SP), que foi alugada para ser a sede independente da primeira escola de propaganda de São Paulo. A partir daí, o negócio andou muito provavelmente em maior velocidade do que seus pioneiros imaginavam, inclusive Chatô, que era um empresário de grande tino comercial que durante a vida, como todos sabemos, construiu um império de comunicação em todo o país, começando pelo famoso canal 3 em São Paulo, primeira emissora de TV da América Latina.

Com possivelmente algumas falhas e omissões, esse foi o início penoso, mas duradouro (até hoje a escola não para de se expandir) de um estabelecimento de ensino que fugia aos padrões usuais da época, mas que atraía com a força de um gigantesco imã os jovens para as suas salas de aula. Essa escola, que mais tarde agregou à sua denominação o marketing, logo conseguiu ser reconhecida pelo Ministério da Educação, podendo a partir daí expandir-se para outros centros, cabendo ao Rio de Janeiro, ainda capital federal do país, inaugurar a segunda unidade da ESPM fora de São Paulo. Profissionais de renome foram então contratados para dar aulas na escola, que com isso pôde transmitir aos seus alunos conhecimento da vida prática da publicidade, inclusive com exemplos de países de publicidade então já criativa, como os Estados Unidos e a Inglaterra.

A escola risonha e franca, como era chamada na época em São Paulo, abriu unidades em outros estados da Federação, tornando nacionalmente conhecida e de certa forma ajudando a publicidade local, a exemplo de São Paulo, a ser igualmente profissional e criativa, o que logo se transferia para a publicidade das empresas, através dos alunos que eram na vida profissional responsáveis pela publicidade das mesmas.

Agora, com a aquisição da Villa Aymoré, no Rio de Janeiro (ainda em fase de negociação), a ESPM dá um salto colossal na sua história, reforçando o eixo São Paulo-Rio no que se refere à publicidade de grande valor criativo.

A Villa Aymoré ainda está em fase inicial de negociações, mas temos a certeza de que Dalton Pastore, atual presidente da ESPM, saberá conduzir o negócio com a outra parte de forma a agregar à ESPM mais esse colossal patrimônio, que recrutará alunos de uma cidade-Estado que é criativa e alegre desde quando surgiu, como tem sido e é o Rio de Janeiro, cuja força da sua alegria o fez e faz permanentemente badalado fora das nossas fronteiras.

A ESPM deve muito essa aquisição da Villa Aymoré a Dalton Pastore e aos seus conselheiros associados, representantes de importantes empresas do nosso mercado, que compareceram em grande número à Assembleia Geral do último dia 25 e online puderam assistir em grande número à explanação de Pastore e de Elisabeth Dau Correa, vice-presidente de finanças da ESPM, que fornece segurança total às ideias aprovadas pelo Conselho e Assembleia Geral de Associados da mais completa escola de propaganda e marketing da América Latina, superando inclusive em qualidade e atualização de ensino suas concorrentes de outros países da Europa e do Oriente, como até há pouco se verificava no Cannes Lions.


A Mixer Films (João Daniel) está concluindo um belo rolo denominado provisoriamente de A alma do negócio, para ser incluído na série do HBO.

A intenção dos responsáveis pela fase brasileira dessa coletânea é mostrar de certa forma o que acima descrevemos, ou seja, a evolução da propaganda brasileira, que surpreende o mundo.

Este jornalista teve a honra de depor na composição desse rolo, que não só nos encantará, como encantará os países onde for exibido, pela qualidade, quantidade e evolução da chamada propaganda criativa, ou seja, aquela que encanta e vende.


Dentre outras, são imperdíveis as seguintes matérias desta edição do
PROPMARK, que se aproxima celeremente de completar seus 56 anos de circulação ininterrupta.

  1. A matéria de capa, falando sobre a utilização do digital na propaganda, uma tendência que tem aumentado, mas que não tirará a vez do papel quando só este servirá para exibir e convencer a beleza de um anúncio de página em um jornal ou revista. A reportagem aborda o desafio de gestão que tem tomado conta dos líderes do nosso marketing digital.
  2. A entrevista com o presidente da Cacau Show, Alexandre Costa, que acredita em um aumento de 15% nas vendas das suas marcas na Páscoa deste ano.
  3. Leitura e releitura para o novo reality do SBT (Te Devo Essa Brasil), que mesmo antes da estreia já conseguiu emplacar três grandes marcas patrocinadoras: Ypê, Shoptime e Britânia.
  4. Matéria com Marcio Parizotto, diretor de marketing do Bradesco, sobre a in-house do banco na área de performance.
  5. Matéria sobre a compra do BIG, cuja comunicação é de responsabilidade da WMcCann, pelo Carrefour (agência deste é a Publicis), por R$ 7,5 bilhões.