Devido à Covid-19, o Cannes Lions 2020 não pôde ser realizado na forma tradicional, que coincidiria com a semana que passou.

Seus responsáveis, porém, não se deixaram levar pela pandemia e inventaram uma versão online do mesmo, cobrindo a semana de 22 a 26 deste mês de junho, com muitas palestras online e algumas premiações nas categorias consideradas mais importantes do evento, com destaque para Agência da Década.

Essa decisão significou a glória para o Brasil, que ultimamente passou a ocupar os primeiros lugares dentre os premiados pelo Cannes Lions, uma das razões pelas quais a nossa propaganda ficou ainda mais conhecida pelo mundo.

Não restam dúvidas que a procura de agências brasileiras por grupos multinacionais, que se acentuou nos últimos tempos, tem muito a ver com as oportunidades de exposição do nosso produto final publicitário às grandes corporações do setor.

A classificação das agências da década pelo Cannes Lions este ano não deixa a menor dúvida sobre isso: AlmapBBDO em primeiro lugar, como agência global e latina. Ogilvy Brasil, em segundo lugar como agência latina, e VMLY&R São Paulo também como agência latina.

Ou seja, repetindo a seleção brasileira de futebol de 1970 e 2002, o mercado brasileiro de agências de propaganda brilhou como nunca, numa versão especial do Cannes Lions, que até há pouco não sabíamos se existiria.

A inteligência dos promotores do Cannes Lions, além de não deixar a semana do evento em branco este ano, também “inventou” um formato online, baseado no passado dos concorrentes, que presta um serviço inestimável ao mercado publicitário mundial.

A explicação é simples: não se tratou de mais um evento anual, julgando um curto período de tempo. O Cannes Lions foi mais longe e fez um apanhado dos grandes campeões de todos os tempos, o que dá muito mais força aos resultados finais.

Cabe-nos aqui, inclusive como brasileiros, saudar essa agência incrível que é a Almap, com criação há tempos dirigida pelo competente Luiz Sanches, hoje um respeitável nome mundial no universo da criação publicitária.

Com a impossibilidade de ser realizado de forma comum, como vinha fazendo há muitos anos, a alta direção do Cannes Lions decidiu por uma escolha de longevidade dentre os participantes do seu famoso festival, o que acabou enaltecendo sobremodo a mundialmente festejada propaganda brasileira.


O Grupo Doria, criador e organizador do Fórum de Marketing Empresarial que anualmente se realiza no Guarujá, e a Editora Referência, sua parceira e responsável por este semanário, decidiram não realizar o evento este ano, devido à pandemia que até o fim de semana previsto para a sua realização, no mês de julho, ainda estará em alta.


Imperdível nesta edição a matéria sobre a polêmica campanha criada pela DPZ&T, para o Itaú Personnalité. Em exibição desde a última terça-feira (23), a campanha traz o novo posicionamento do banco sobre a sua presença no mercado financeiro e tem dividido opiniões.

O comercial da campanha, protagonizado pelo ator Marcos Veras e dirigido por Fernando Meirelles, da O2 Filmes, expõe de forma direta o trabalho de corretoras de investimentos e seu modelo de remuneração, baseado na comissão por cada recomendação de investimento.

O filme não foi bem recebido pela XP Investimentos, que através do seu CEO e fundador, Guilherme Benchimol, publicou artigo em seu perfil no LinkedIn e anúncio nos principais jornais do país pontuando a sua insatisfação.

Deve ser algo inédito no mercado publicitário brasileiro esse tipo de reação a uma peça de campanha por parte de uma empresa com interesses nesse universo.

Sabemos, porém, que esse tipo de inconformismo dura muito pouco, deixando de produzir uma reação em cadeia contra o que foi condenado.

Na atividade publicitária, todo cuidado é pouco. E, geralmente, quando alguém dá um tiro, costuma correr atrás da bala tentando segurá-la.


Se ainda somos o país mais cristão do mundo, como se dizia no passado, vamos unir nossas preces para que essa pandemia cesse logo. A verdade é que ninguém aguenta mais com ela conviver e aqui nos referimos aos que não foram por ela atingidos de forma drástica.

Na verdade, estamos todos presos a um fantasma do qual dele pouco sabemos e muito prejudicou e vem prejudicando os sonhos da humanidade, principalmente os sonhos brasileiros de crescimento, desenvolvimento e de um país melhor para todos.

O que temos visto por aqui, talvez motivada pela pandemia, é uma guerra política sem fim, com as diversas facções do mundo político se digladiando entre si e com isso enfraquecendo ainda mais um país que sequer preparado para uma pandemia do tamanho da atual estava.

Fazemos votos para que, ao fim e ao cabo da mesma, possamos nos reerguer rapidamente, principalmente trazendo de volta a esperança, que sempre foi uma marca registrada da maioria dos cidadãos brasileiros.


A propósito do comentário acima, um dos setores que mais têm se diferenciado da sua boa normalidade é a mídia. Talvez por falta de assuntos do cotidiano, que fazem a riqueza das pautas das suas redações, a mídia em geral se concentrou na epidemia e na guerra política que hoje se trava em nosso país, enfastiando o público pela limitação dos temas.

Os brasileiros até torcem para que volte logo o futebol, para terem uma opção do bem mais envolvente.