O negócio da propaganda é feito por desafios, empreendedorismo, ousadia, coragem, criatividade, riscos e muita persistência. Essa receita acompanha o mercado desde que esse instrumento do marketing ganhou projeção com o crescimento dos jornais, rádios e TVs no século 20. As agências de publicidade cresceram e exerceram papel fundamental no trabalho de construção de marcas. E de contribuir para o fomento dos canais de mídia. Tanto as genuinamente brasileiras como as multinacionais.

A estruturação do arcabouço, do que mais tarde viria a ser definido como Modelo Brasileiro de Publicidade, começa com a criação das entidades representativas como a Abap e ABP nos anos 1950. Empreendedores como Mauro Salles, Caio Aurélio Domingues, Petrônio Correa, Luiz Macedo, Geraldo Alonso e Roberto Duailibi, por exemplo, ajudaram a aprovar a Lei 4.680 (1965) e códigos como o Conar.

Um dos marcos do empreendedorismo na propaganda do nosso país foi a criação da DPZ em 1968 com Roberto Duailibi, Francesc Petit e José Zaragoza. Aliás, em meio a uma grave crise econômica e institucional no nosso país. Mas a propaganda gosta de crises. É um estimulante desafio para superar a estagnação do status quo.

A DPZ ganhou relevância e se tornou um marco para o negócio; uma escola. Com criatividade, elegância, ética e profissionalismo. Por isso, a agência contribuiu para o surgimento de outros grandes negócios. Entre os quais as icônicas W/Brasil e DM9, respectivamente de Washington Olivetto e Nizan Guanaes, que atuaram na DPZ e aprenderam com quem sabe fazer de verdade a boa propaganda. Mas seguiram seus rumos e, também, deixaram legados importantes para esse negócio que movimenta mais de R$ 15 bilhões por ano no país. Que é resultado do trabalho de 13.510 agências em atividade no mercado brasileiro, segundo o Cenp (Conselho Executivo das Normas-Padrão).  

Outros profissionais, que tiveram passagem pela DPZ, estruturaram suas agências. Mas os maiores sucessos ainda são os de Olivetto e Guanaes, que transformaram suas startups em gigantes. Hoje controladas pelas holdings globais Omnicom e Interpublic.

Neste ano de 2021, já com a identidade de DPZ&T, fruto da fusão com a Taterka pelo Publicis, que adquiriu a marca das três letrinhas em 2011, surge mais uma cria: a Galeria. Que une o CEO Eduardo Simon e os sócios Pedro Cruz, Rafael Urenha e Paulo Ilha. Apenas Cruz não estava na DPZ&T, mas seu currículo tem o lastro de passagens no planejamento da Y&R, Africa e FCB. Simon atuava como CEO desde 2015 e vinha mantendo reuniões exaustivas com o Publicis há pelo menos 3 meses sobre a nova empreitada.

A saída da DPZ&T de Simon, Urenha e Ilha não significa enfraquecimento da agência. Surge mais um negócio, que fortalece o mercado. É combustível para energizar o quarto movimento histórico da DPZ&T, agora sob a direção de Fernando Diniz, escolhido pelo Publicis para dar continuidade à DPZ&T, que tem carreira celebrada como estrategista e planejamento. Há espaço para todos. A DPZ de Duailibi, Petit e Zaragoza sentiu quando Olivetto deixou a agência para criar a W/Brasil, primeiro como W/GGK. Assim como a saída de Guanaes foi igualmente sentida. Mas seguiu em frente. E sua trajetória terá novo capítulo escrito. Certamente com sucesso. 

A Galeria também vai exibir, ou expor, cases de sucesso assim que toda a transição for concluída. Simon foi o responsável pela contratação de Diniz em 2015, que estava na F.biz. Nesses anos, ele foi o estrategista de grandes campanhas da DPZ&T.. 

Simon certamente vai aplicar seus aprendizados na Galeria. Ele explica nesta edição o seu plano para a agência. Aliás, um plano ousado. Diniz vai fazer o mesmo na DPZ&T. O mercado agradece,  porque a publicidade precisa e sempre precisará de talentos para movimentar o crescimento das indústrias que se utilizam desse ferramental da economia criativa, que é a comunicação do marketing, para vender marcas, produtos e serviços.

Vida longa à Galeria e à DPZ&T.

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SBT
Um dos destaques desta edição é a entrevista com José Roberto Maciel, CEO do SBT, que completa neste mês de agosto 40 anos em atividade. Maciel fala sobre os três pilares traçados pela emissora para mirar o futuro: conteúdo, tecnologia e dados. “Vejo oportunidades relevantes quando vislumbramos a chegada da TV 3.0, que passa a permitir a segmentação da publicidade olhando para a persona além do cluster”, disse o executivo, que aborda ainda outros assuntos, como o investimento na transmissão de campeonatos esportivos, streaming e conteúdo.

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Estrangeiros
Matéria especial mostra como a publicidade brasileira atrai cada vez mais estrangeiros. Seja inicialmente por causa de crises em seus países de origem, o fato é que o dinamismo da indústria e a rapidez em que profissionais brasileiros abraçam novas ferramentas e tecnologias são os pontos principais que atraem profissionais de fora.

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Agronegócio
A XIX Mostra de Comunicação Agro ABMRA, a maior premiação de marketing do agronegócio, está com as inscrições abertas até 20 de agosto.

Organizada pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), a premiação será realizada online no dia 14 de setembro, às 19h, pelo canal do YouTube do Canal Rural e da ABMRA. O publicitário Luiz Lara, chairman do Grupo TBWA no Brasil, será o presidente do júri. O PROPMARK é parceiro de mídia da premiação.