Sócio-fundador e CEO da Galeria.Holding faz um balanço da agência, que está prestes a completar quatro anos de mercado

Após comandarem a DPZ&T, Edu Simon, Rafael Urenha e Paulo Ilha decidiram construir um novo modelo de negócio no Brasil: uma agência independente que, em pouco tempo, se transformou em uma holding.

Hoje, totalmente brasileira, após a recompra da participação do Publicis Groupe, a Galeria está prestes a completar quatro anos.

O grupo, que começou como agência de publicidade, agora reúne unidades especializadas, como a Milà, operação complementar de atendimento enxuto; a Vitrine, maior compradora de mídia OOH no Brasil; a Gaia, desenvolvedora de SaaS; a Catalyst, focada em aplicativos; e a 404, referência em design, entre outras soluções.

“Nosso modelo conseguiu atrair talentos maduros para a sociedade e montar uma estrutura robusta de serviços complementares”, afirma Edu, na entrevista a seguir.

Qual o balanço da Galeria desde a sua fundação?
O balanço é muito positivo: fomos agência do ano já no primeiro ano de operação, crescemos junto de clientes como McDonald’s, Itaú e Natura, conquistamos a Havaianas e seguimos expandindo. Lançamos a Galeria no segundo semestre de 2021, após muito estudo. Queríamos criar um modelo de negócio que respondesse às mudanças drásticas que víamos na indústria. Naquele momento, a maioria das agências já estava nas mãos de multinacionais. Conversávamos com clientes e percebíamos suas reclamações sobre a falta de opções independentes com cultura forte. Além disso, os grandes grupos falavam cada vez mais em unificação, no conceito de ‘power of one’. Entendemos que havia uma oportunidade de lançar uma agência com personalidade própria, sociedade aberta para atrair talentos e combate à juniorização das equipes. Investimos muito em inovação, ferramentas de dados, inteligência artificial e na convergência entre tecnologia e comunicação.

Já havia a visão de transformar a agência em holding?
Sim. Esse olhar nos levou, desde o início, a desenhar a estrutura de uma holding, com a Galeria como agência 360º e outros CNPJs especializados para atender demandas específicas dos clientes. Três anos e meio depois, a estratégia se mostrou acertada: crescemos 19% de 2023 para 2024 e projetamos o mesmo crescimento para este ano. Hoje, somos um dos cinco maiores compradores de mídia do Brasil, movimentando R$ 1,8 bilhão, com alta sofisticação em ferramentas de mídia e dados. A holding deve faturar R$ 430 milhões neste ano e já reúne 30 sócios. Nosso modelo conseguiu atrair talentos maduros para a sociedade e montar uma estrutura robusta de serviços complementares. Entendemos que, quanto mais pontos de contato conseguimos unificar para as marcas, melhores os resultados.

Edu Simon, sócio-fundador e CEO da Galeria (Divulgação)

Qual foi a cultura que se estabeleceu na Galeria ao longo desses anos?
O nome ‘Galeria’ já traduzia nossa intenção: ser um espaço de talentos diversos compondo algo coletivo. Hoje, temos 18 sócios apenas na agência, e essa sociedade forte é parte central da cultura. Outro pilar é a inquietude tecnológica. Prestamos atenção a novas tecnologias, mas sem perder o foco na qualidade do craft — um valor que vem da herança da DPZ e da Taterka. Além disso, temos uma cultura orientada a negócios: falamos de venda, participação de mercado e métricas com nossos clientes, e criamos modelos de contrato ligados a resultados.

A Galeria é 100% brasileira. Como isso influencia o trabalho de vocês?
Nossa sensibilidade cultural é uma vantagem enorme. Investimos cerca de R$ 15 milhões por ano em pesquisas e dados para entender a cultura brasileira em tempo real. Usamos tecnologia para monitorar assuntos que estão em alta e inserimos as marcas nas conversas populares, como fizemos no lançamento do McFish e nas ações da Seara no ‘Big Brother Brasil’. Por sermos brasileiros e termos talentos locais, conseguimos entender nuances específicas e reinvestimos no desenvolvimento desses talentos.

Leia a entrevista na íntegra na edição do propmark de 5 de maio de 2025