Ao longo do ano de 2018, uma das frases que mais usei em meus clientes – sejam empresas que dou consultoria ou negócios que tenho alguma interferência real na gestão (como sócio ou líder estratégico) – foi que “há beleza no caos; é nele que surge uma nova ordem.”

Não vou bater na tecla que o mercado de serviços de marketing vive um período de reinvenção – eu e outras pessoas falamos disso há muito tempo. A grande pergunta é como sobreviver a mais um ano com a mesma dinâmica: verbas menores, mais pressão por resultados, mudanças de macro e microambiente, concorrência direta e indireta?

O ano passado foi quando comecei a trilhar um caminho de mudanças no meu negócio de consultoria. Devidamente estressado com esta dinâmica e de olho em maiores receitas (alguém aqui não colocou meta de ganhar mais dinheiro em 2019?), fui atrás de repertório e rede de contatos para entender a melhor rota para incrementar minhas atividades.

Acho que encontrei uma rota. E quero compartilhar com você.

Cliente bom é aquele que te entende, certo? Eu optei por virar a mesa e só atender as melhores empresas das minhas principais verticais, como serviços financeiros e varejo. Como? Levando a inteligência de mercado para auxiliar o processo de compra e venda de empresas (M&A), bem como orientando rodadas de investimento e choques de gestão a fundos patrimoniais. A ideia é, a partir de agora, bater o bumbo, em vez de seguir o não ritmo de muitos dos clientes que têm metas, mas não têm processos.

Mas este é meu caso. E para você, que é um dono de agência e/ou mídia?

Um dado interessante: você sabia que dois em cada três unicórnios receberam investimento de alguma empresa e seu corporate venture (fundo de investimento próprio) durante sua corrida para o valor de mercado acima de US$ 1 bilhão?

Para mim ficou neste dia muito claro o futuro dos serviços de marketing – principalmente os grandes conglomerados: ser agente ativo no processo de funding de novos negócios no setor. Sim, a startup pode matar o seu negócio, assim como Netflix seria uma das maiores emissoras do país em receita e o Facebook + Google mataram o jornal de bairro.

Mas é melhor ser rabo de baleia do que cabeça de ameba. Esperto será o publicitário que poderá investir tempo e dinheiro, procurando, fazendo parcerias ou investindo institucionalmente em startups que, em conjunto com clientes, podem trazer os tais resultados e inteligência que todos desejam em 2011, 2012, 2019 e será em 2030.

Ninguém quer ser o taxista da rodada e perder o mercado para uma turma de nerds de São Francisco sob o guarda-chuva do Uber. Melhor ser o SoftBank e ter uma participação em cada sucesso que pode matar o seu.

João Gabriel Chebante é fundador da Sucellos, responsável por levar inteligência aos processos de investimento, fusão e aquisição de empresas (joao.gabriel@chebante.com.br).