Anúncio publicado pelo tabloide britânico The Sun

 

O tabloide britânico The Sun publicou nesta sexta-feira (4), no jornal argentino Buenos Aires Herald, um anúncio (veja aqui) em que defende a soberania britânica sobre as ilhas Malvinas e pede que a Argentina “mantenha as mãos” longe do arquipélago.

A peça responde a uma carta aberta da presidente argentina, Cristina Kirchner, publicada na quinta-feira (3) nos jornais britânicos The Guardian e The Independent, em que ela exige que o primeiro-ministro britânico, David Cameron, inicie negociações imediatas sobre o futuro das ilhas. Na carta, Kirchner pede que as autoridades britânicas acatem uma resolução de 1965 da ONU pedindo uma revisão do status das ilhas, que o Reino Unido vê como parte de seu território ultramarino. A presidente atribui o controle de Londres sobre as ilhas ao colonialismo britânico do século 19.

“Os argentinos das ilhas foram expulsos pela Marinha Real [britânica] e o Reino Unido subsequentemente iniciou um processo de assentamento populacional similar ao adotado em outros territórios sob domínio colonial. Desde então, o Reino Unido, a potência colonial, tem se recusado a devolver os territórios à República Argentina, impedindo a restauração de sua integridade territorial”, disse Kirchner.

A mensagem do The Sun, publicada em inglês e espanhol, alega que a reivindicação do controle sobre as ilhas (chamadas no Reino Unido de Falklands ou ilhas Falkland) pela Argentina seria infundada e que a soberania britânica sobre o território data de 1765. “As ilhas nunca foram governadas ou fizeram parte do território soberano da República Argentina. Até que o povo das Ilhas Falkland opte por ser argentino, eles continuam resolutamente britânicos. Em nome de nossos milhões de leitores e em outras palavras: MANTENHA AS MÃOS LONGE”, diz a peça.

O governo britânico alegou que não haverá negociações sobre a soberania das ilhas enquanto a população local desejar permanecer ligada à Grã-Bretanha. “Eles (os moradores do arquipélago) permanecem livres para escolher seu próprio futuro, tanto politicamente quanto economicamente, e têm o direito à autodeterminação conforme o estabelecido pela Carta da ONU”, disse uma porta-voz do Ministério do Exterior britânico, referindo-se ao documento de fundação das Nações Unidas. “Há três lados neste debate, não apenas dois como a Argentina gosta de insinuar. Os moradores da ilha não podem ser simplesmente apagados da história”, acrescentou.

Um plebiscito sobre o status político das Malvinas deve ser realizado no arquipélago no próximo mês de março.

Com informações da BBC.