Os consumidores de países desenvolvidos se sentem menos conectados com as marcas que aqueles que vivem em mercados emergentes, conforme mostram dados de uma pesquisa conduzida pela Momentum Worldwide. No Brasil, por exemplo, 64% dos consumidores consideram seu relacionamento com marcas como de amizade ou ainda mais forte, e mais da metade (58%) vê as marcas como um membro de sua família ou cônjuge.

O estudo ouviu mais de 6,5 mil pessoas em nove mercados para classificar o que sentiam em relação às marcas. Entre os entrevistados do Reino Unido, 54% disseram considerar as marcas mais que um conhecido e apenas 15% as considerariam uma pessoa da família. No Japão e nos Estados Unidos, esses índices são ainda mais baixos. Nos mercados emergentes, porém, os dados são diferentes. Se considerados Brasil, México e Filipinas, mais de um terço dos consumidores considerariam estas marcas como um membro de sua própria família.

Esse sentimento de proximidade também cai quando são comparadas gerações diferentes. Globalmente, aqueles que veem as marcas como mais próximas estão na faixa dos 25-31 anos, com mais de um quarto (28%) de entrevistados considerando-as como um membro da família ou outras posições significativas. Na faixa etária de 18-24, o dado cai cinco pontos percentuais.

Fadiga das marcas

A pesquisa mostra um caso de fadiga das marcas nos países onde os consumidores enfrentam uma exposição abrangente a elas, de acordo com Matthew Gidley, diretor de percepção e estratégia da Momemtum Londres. “As marcas estão experimentando uma mudança na demanda para longe da publicidade de mercado de massa, seguindo na direção de uma experiência mais personalizada e individual. Em economias de consumo mais desenvolvidas, as prioridades das pessoas mudaram. Conforme as marcas globais se tornaram mais acessíveis a uma variedade maior de pessoas, cada vez menos elas são usadas como símbolos de status ou emblemas para demonstrar seu próprio sucesso”, analisa.

Para Chris Weil, CEO da Momentum Worldwide, a pesquisa mostra às marcas globais que elas precisam se envolver com as mudanças constante de seus consumidores para garantir sua relevância no futuro. “Hoje, as pessoas demandam conexões e valores mais autênticos. Ter a habilidade de criar coisas únicas e experiências personalizadas são, mais do que nunca, a maior prioridade”, finaliza.