ROI, digital, experiências, dados e engajamento. As agências já conhecem o peso de tudo isso na estratégia das marcas. Mas no momento em que a Covid-19 insiste em minar a saúde das pessoas – e dos negócios – a busca por empatia se sobrepõe. Entender emoções vai exigir relacionamentos ainda mais humanizados. Conscientes dessa missão, os dirigentes das agências creem na vacina para iniciar uma fase sem precedentes na história da propaganda brasileira.

 Renata D’ávila, CSO da FCB (Divulgação)

“Não é simples um novo ano que começa parecido com o anterior, mas a esperança é um sentimento poderoso, capaz de mover pessoas e negócios. Temos que aproveitar o momento pra incorporar os aprendizados e mudanças. A normalização do home office e a vida digital que desenvolvemos traz oportunidades importantes para os negócios e o comportamento das marcas. A ‘vida online’ e a ‘infodemic’ tornou as pessoas mais atentas e exigentes sobre informações, fontes, redes sociais e segurança dos seus dados. 2020 deixou claro que a cobrança por propósito e opinião sobre as grandes questões são fundamentais para as marcas. Mais e mais exigem isso de suas marcas e influenciadores. Esse movimento que havia desacelerado (com o crescimento do conservadorismo) ganha novo impulso e vai dificultar que as marcas se mantenham ‘em silêncio'”

Marcio Santoro, copresidente e CEO da Africa (Divulgação)

“A forma como as pessoas se relacionam mudou de vez. Consumidores nunca foram tão conectados e o meio digital continuará pautando as relações. Nosso papel será o mesmo, atuando como parceiros estratégicos dos clientes. O olhar das marcas – cujo papel social tem cada vez mais importância – deve se voltar cada vez mais para as demandas do consumidor que, por sua vez, continuará pedindo posicionamentos que ajudem a sociedade. A criatividade e a comunicação nunca foram tão demandadas. Mais do que nunca, estamos valorizando conexões e isso está provocando o surgimento de grandes ideias e estratégias que devem nos guiar nesta nova era”

Claudia Kalim, head de estratégia e negócios da agência Gotcha (Divulgação)

“Em 2020, a digitalização aprimorou e agilizou os processos das empresas e os hábitos comportamentais e de consumo das pessoas. O ano de 2021 será pautado pelos aprendizados e perspectivas trazidos pela crise deste ano nas duas pontas: empresas e consumidores. Entretanto, nada vai superar as experiências humanas. As marcas terão, cada vez mais, que prestar atenção nas pessoas, estimulando confiança e mostrando seus valores e propósitos. Sem isso, não estabelecerão conexões verdadeiras e duradouras com seus consumidores que, antes de serem consumidores e digitalizados, são pessoas que querem ser ouvidas, entendidas e respeitadas”

Filipe Bartholomeu, sócio e CEO da AlmapBBDO (Divulgação)

“Partimos para 2021 ainda distanciados fisicamente, mas com um sentimenro de otimismo, acreditando em uma retomada gradual da economia. Como agência, fomos demandados como uma bússola, catalisando três verdades fundamentais para definir estratégias: a verdade das pessoas, das marcas e do momento”

Ana Luiza Santos, head de estratégia e conexões da MullenLowe Brasil (Divulgação)

“Em 2020 aprendemos a ser mais flexíveis, a abraçar o home office, a liderar a distância. Começamos 2021 com esses ensinamentos e com as portas mais abertas. Acredito que as redes sociais continuarão a passar por mudanças, com o crescimento do TikTok e do Twitch, e a consolidação do Instagram. A disputa pela atenção das pessoas vai se intensificar ainda mais e os influenciadores continuarão com o espaço conquistado, mas começarão a ter que justificar para os anunciantes o ROI das ações. Acredito que a melhor estratégia é aquela que, além de vender o serviço ou produto da marca ou daempresa, consegue criar valor real, tangível e mensurável para a sociedade. As pessoas estão descrentes nas instituições e nos governos, ainda mais no cenário de pandemia, e vão cobrar e premiar as marcas que fazem a diferença realmente na vida delas”

Roberto Campos, CEO da LVL (Divulgação)

“Para 2021 estamos com muita esperança de tempos melhores, tivemos um ano de 2020 duro, de muito trabalho e principalmente muitas transformações em todos os setores de negócios. Aproveitamos todas as oportunidades que tivemos pela frente para fidelizar ainda mais os nossos clientes e passarmos juntos por todo esse período. Acreditamos na complementariedade de todos os meios conforme os objetivos de nossos clientes. Sem dúvidas o meio digital e televisivo terão um aumento expressivo, mas sentimos também um movimento positivo para a mídia exterior. Nosso desafio para 2021 é operacional, no que diz respeito ao entendimento e necessidades dos nossos clientes, em servi-los com excelência em busca dos resultados pretendidos na retomada dos negócios”

Pedro Cavalcanti, sócio  e diretor de criação da agência Clarita (Divulgação)

“No segundo semestre de 2020, já houve um grande avanço. Diante disso, as perspectivas para 2021 são as melhores possíveis. O digital continua sendo, em nosso ponto de vi sta, o meio com maior potencial de crescimento. Mas, também acreditamos que a mídia exterior vai surpreender. As pessoas estão dentro de casa, confinadas. Quando isso acabar, haverá um enorme desejo de “viver” o que existe lá fora. É aí que a mídia exterior pode surpreender. A proximidade com os clientes, em nossa opinião, é a estratégia mais assertiva. Não é apenas uma estratégia de comunicação, mas também  uma estratégia para quem trabalha com comunicação. Entender a fundo o negócio do cliente é algo fundamental, principalmente, em cenários mais instáveis”

Gabriela Hunnicutt, CEO e fundadora da Bold (Divulgação)

“Acredito que até estarmos todos vacinados, as perspectivas não mudam muito em relação a 2020. Além de agências repensando seus modelos de negócios, algumas para crescer, outras para sobreviver, e clientes apertando ainda mais o cinto, o que vejo é uma aceleração brutal no conceito do consumo consciente. Diante disso, mais do que pensar no meio, acho que o grande desafio das marcas é se posicionar com responsabilidade. É encontrar formas de fazer parte da vida das pessoas de forma positiva, transparente, inclusiva. Marcas que só olham para o próprio umbigo não passarão”

Daniel Jotta, general manager da BETC/Havas (Divulgação)

“Muito do que vivemos nestes últimos meses continuará em 2021, independentemente da vacina. A digitalização fará mais parte das nossas vidas. As empresas terão cada vez mais seus e-commerces como um importante canal de vendas e as formas de pagamento digitalizadas vão crescer ainda mais. A tecnologia nos ajuda no conhecimento das necessidades de cada cliente, mas sempre com a criatividade como o pilar mais importante. Continuaremos a ter um mix de meios relevantes para cada momento da jornada do consumidor. Por isso, as marcas que se posicionaram, com relação ao momento que continuaremos a viver,
se destacarão, com responsabilidade e consistência”

Tatiana Pacheco, manager director da Cheil (Divulgação)

“Certamente o primeiro trimestre de 2021 ainda será muito próximo ao contexto que vivemos em 2020. Acredito que o universo de digital, principalmente com o livecommerce, deva continuar crescendo e sendo as apostas assim como automações de marketing. A TV continuará a se reinventar em forma, conteúdo e compra, mas se mantém como um canal importante pelas características do mercado brasileiro. Também acredito no uso crescente que as pessoas têm feito dos assistentes de voz em ações de comunicação e, espero, que cada vez venha mais iniciativas neste território”

 Marcelo Bernardes, sócio e CEO da Purple Cow (Divulgaççao)

“Que 2020 foi um ano diferente, ninguém discorda. Apesar de termos tido um resultado surpreendentemente positivo, ele deixou alguns desafios na mesa. O principal foi o psicológico. Precisamos cuidar das cabeças de todos (agência, veículo e anunciante). A criatividade se reafirmou essencial na vida das empresas durante a crise e temos, todos, o poder de transformar a sociedade. Minha aposta para 2021 não está tanto nos meios, mas sim na atitude. Esperamos um 2021 de muito trabalho para corrigirmos os desafios impostos por 2020. E, se for um trabalho bem-feito, com certeza o investimento voltará”

Marcelo Reis, co-CEO e CCO da Leo Burnett Tailor Made e da Arc Brasil (Divulgação)

“Estamos empenhados em ter um 2021 muito mais produtivo, mas o crescimento só acontecerá se unirmos a produtividade saudável dos colaboradores com a entrega dos nossos clientes e se juntarmos a tudo isso nossa capacidade de surpreender. Dispositivos móveis ganham cada vez mais espaço, vídeo displays vão liderar os esforços criativos, onde a voz puder ser usada, será usada, e acredito que os investimentos em games digitais e seus respectivos apps continuem crescendo. A estratégia é simples: seguir os valores de cada marca com consistência, mas sempre podendo mudar o rumo da conversa caso surpresas aconteçam. Não é momento de invencionices, é momento
de inovação”

André Chueri, sócio-presidente Ampfy (Divulgação)

“2021 será um ano de recuperação. Com a vacina, o convívio social – motor do consumo – começará a se reorganizar. Muitos aprendizados se consolidarão. Acreditamos que a curva de crescimento que os meios digitais já vinham demonstrando pré-pandemia ficarão ainda mais acentuadas”

Alê Alves, sócio e CEO da CL (Divulgação)

“Em 2020 evoluímos mais rápido que o normal, por necessidade e por oportunidade. Na propaganda, a oportunidade – sem oportunismo –  foi o destaque, nos permitindo mostrar que interromper não vale mais a pena e que a relação de marcas e pessoas vai além da venda. Em 2021, temos a oportunidade de fazer as diferentes disciplinas funcionarem em perfeita harmonia, com dados dando suporte à criatividade e a conversas inteligentes, sem perseguição forçada à audiência. Que tenhamos propósitos, e não apenas metas, o que certamente ajudará a prosperar num ano que será realmente novo”

Antonio Fadiga, CEO da Artplan (Divulgação)

“Seguimos otimistas para 2021, no entanto permanecemos cautelosos, já que ainda não sabemos com exatidão quais serão os próximos passos no cenário mundial e nacional. O nosso mercado trouxe uma onda de novas empresas especializadas e a consequente fragmentação, o que valoriza ainda mais o papel da agência no contexto da integração da comunicação. E justamente a união de nossas equipes e a ponte criada entre as empresas do Grupo Dreamers são fatores que vamos manter como prioridade. Entregas digitais evoluíram e, cada vez mais, será necessária a proximidade de agências e clientes. Criatividade passou a significar ideias inovadoras, seja qual for a estratégia de canais. Em qualquer negócio no mundo, tudo passa por aquisição, fidelização e retenção”

Marcia Esteves, CEO e partner da Lew’Lara\TBWA (Divulgação)

“O começo de 2021 ainda deve ser desafiador, com a população sendo vacinada e convivendo com restrições. No segundo semestre, a economia deverá retomar o crescimento. Turismo, bares, restaurantes e eventos devem voltar com força total. Um mundo mais digital e cheio de telas já é realidade. A próxima grande transformação será gerada pela voz. A comunicação deve acompanhar a transformação da sociedade. Será mais eficaz quem conseguir estabelecer uma conversa com o seu consumidor”

Daniel Queiroz, presidente da Fenapro (Dvulgação)

“Os últimos anos têm sido de muitas mudanças, e 2021 não será diferente. O processo de transformação do negócio seguirá como um dos principais pontos de atenção. O impacto da Covid-19 ainda traz muitas incertezas sobre o processo de vacinação, a retomada das atividades, as contas públicas e o déficit fiscal. Estar ainda mais próximo dos clientes, com maior envolvimento em suas decisões de negócio, continuará sendo a estratégia mais acertada. A implantação de métricas de desempenho também segue como tendência. E a participação associativa acelerará a troca de informações. Fomentar o desenvolvimento do setor será uma prioridade ainda maior da Fenapro em 2021”

Luiz Fernando Musa, CEO do Grupo Ogilvy Brasil e chairman da David (Divulgação)

“O ano começa confuso na medida em que continuamos em um modelo híbrido de trabalho. Rapidez, eficiência, flexibilidade e empatia ainda serão demandados em um cenário novo de vacinação. O pulso com o ser humano é o grande ponto. A comunicação deve seguir o caminho da empatia, entender a mudança na escala de decisões, que verdades são mutáveis e estamos reaprendendo. A capacidade de se adaptar e a criatividade continuarão sendo o grande ponto de transformação”

André França, vice-presidente de dados e mídia da WMcCann (Divulgação)

“As perspectivas para 2021 ainda são bastante conservadoras, apesar de a vacina estar batendo à nossa porta. Com o isolamento forçado, o mix de meios de 2020 deve se repetir por boa parte do próximo semestre. Logo, as estratégias com forte apelo em TV, digital, B2C e uso intensivo de dados devem continuar sendo as mais efetivas. Um movimento interessante deste ano é o das marcas trabalhando em conjunto para um bem maior, mesmo entre concorrentes históricos, o que pode trazer frutos interessantes e diferentes para um ano que promete mais liberdade”

Fernando Taralli, CEO da VMLY&R (Divulgação)

“Estamos otimistas. Com a vacina e a retomada da atividade econômica, vamos correr atrás dos prejuízos com muita garra e criatividade. Será um ano de muitos aprendizados. O distanciamento social gerou mudanças que vieram para ficar. Estamos mais preparados para transformar desafios em oportunidades. Os meios digitais continuarão a ter protagonismo e as estratégias de social ficarão mais presentes. Outro importante reflexo foi a importância do jornalismo sério. O uso de dados para a tomada de decisão será um fator de sucesso, apoiando a personalização de criativos. Porém, tudo isso só trará ganho através de um trabalho inserido na cultura e gerador de conexão, interação e consumo”

Claudio Kalim, sócio e CEO da Tech and Soul (Divulgação)

“2020 foi desafiador em muitos sentidos. No lado profissional, tivemos de rever processos, mudar estratégias e desenhar novos caminhos em poucos dias, indo muito além de um plano de contingência. Nesse cenário, vejo 2021 com muita esperança. Acredito que a curva de aprendizagem ficou mais curta, assim como o tempo e a capacidade de adaptação. Será um ano em que a mensagem das marcas terá de expressar a sua postura: não é mais só sobre o benefício do produto, mas sobre as suas crenças e atitudes também. Quem souber transparecer as suas verdades estará à frente dos concorrentes e, cada vez mais, fazendo parte da vida das pessoas”

Rodrigo Tigre, Country Manager da Cisneros Interactive (Divulgação)

“Estou bastante otimista para 2021. Apesar de todas as dificuldades em 2020, tivemos crescimento nas nossas duas unidades de negócios. Na Audio.ad vimos um interesse crescente das grandes marcas tanto em anunciar em podcasts quanto no desenvolvimento de programas proprietários e o áudio digital já aparece como estratégia para muitas marcas no próximo ano. Na Justmob, nossa unidade de mobile, tivemos uma explosão de consumo este ano no inventário de vídeo dentro de jogos, que traz um ambiente seguro e de performance para as marcas, duas preocupações crescentes entre os profissionais de marketing hoje em dia e quem sem dúvida vão estar na pauta de decisão de compra para o ano que vem”

Alan Strozenberg, co-fundador da Z515 (Divulgação)

“A perspectiva é de um ano desafiador, mas sem o susto da pandemia interrompendo a roda do mundo, mas tendo ela incorporada a um novo jeito de atuar. Um ano de recuperação, dentro de uma nova realidade – ainda com muito pragmatismo. O digital integrado na jornada deve se consolidar ainda mais. Na outra ponta, TV aberta e a cabo – com foco em  entretenimento ao vivo – devem crescer como fonte de consumo deste tipo de conteúdo. Assim como o vírus tem um comportamento assimétrico, para ter sucesso e ser eficiente em 2021 o importante é jogar fora a fórmula e desenvolver estratégias também assimétricas – sendo menos intrusivo, entregando benefício alinhado a propósito e construindo diferenciação”