O ano de 2015 foi marcado pelo debate sobre o crescimento digital e o surgimento ou expansão de novas ferramentas tecnológicas adaptadas para melhorar o desempenho do marketing. Uma das novidades que não necessariamente surgiu agora, mas que ainda começa a ganhar espaço é o cloud marketing,  que pode ser entendido como o esforço de uma empresa em operar e oferecer serviços por meio de softwares que trabalham como uma “nuvem”, onde todos os dados sobre usuários e resultados de campanhas são recebidos e armazenados para planejamento e execuções automatizadas. 

Diante de um cenário que a tecnologia e o marketing devem se tornar cada vez mais híbridos, o PROPMARK entrevistou a executiva australiana Camille Baumann, que ocupa o cargo de líder de marketing em novos mercados da Avanade, consultoria de tecnologia e inovação com presença em mais de 23 países do mundo., entre eles o Brasil.

Camille é especialista na transformação dos locais de trabalho em ambiente digitais e no uso de tecnologia para fidelizar e trazer novos consumidores, além de temas como Cloud, Big Data e mobilidade. 

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Apesar de ser uma ferramenta bem atual, o cloud marketing ainda é entendido por poucos no mercado. Qual é o real potencial dessa tecnologia e qual o maior obstáculo que as empresas de cloud marketing precisam romper? 

Empresas bem-sucedidas hoje estão crescendo a partir de experiências digitais, o que conecta efetivamente sistemas, pessoas, equipamentos e ideias. A tecnologia de ‘nuvem’ acessa todas essas experiências, permitindo que organizações rompam barreiras de informação, além de conectar e empoderar o pensamento colaborativo por meio de um sistema que serve melhor aos clientes. 

A tecnologia de ‘nuvem’ também possibilita que as organizações operem de maneira flexível e com melhor custo-benefício. 

Você tem algum exemplo que prove que tudo isso já esteja funcionando bem na prática? 

Um exemplo é o novo site da escuderia Williams Martini Racing, que foi criado para engajar mais fãs e tornar mais fácil o acesso às informações sobre a equipe. Nós estendemos a presença da marca na internet com o auxílio do Microsoft Azure, a plataforma de cloud da Microsoft, tornando o sistema mais rápido e intuitivo para que o pessoal da equipe da Williams Martini Racing atualize o conteúdo. O design criado como o conceito de experiência do usuário também ajudou a redesenhar o novo site para ser mais elegante e útil ao mesmo tempo. Além disso, a expectativa é que a equipe consiga economizar 50% no custo desse serviço. 

williamsF1.com

Em geral, as empresas se sentem seguras para armazenar e coletar dados importantes em ‘nuvens’ na internet? 

Segurança e privacidade ainda são as grandes barreiras encontradas para a adoção e implementação de soluções de ‘nuvem’, segundo um estudo recente que fizemos na Avanade. No entanto, a confiança está crescendo rapidamente. Nessa pesquisa que realizamos, 61% dos entrevistados já demonstraram a percepção de que as ‘nuvens’ são mais seguras do que serviços on-site, no qual as informações ficam armazenadas em sites específicos. Inclusive, o estudo concluiu que companhias de diversos portes e países acreditam que mais da metade de seus serviços serão implementados em ambientes de nuvem até meados de 2018. A medida que as empresas evoluírem no digital, as ‘nuvens’ entregarão a velocidades que elas precisam para se transformar. 

Como o cloud marketing pode ajudar os publicitários no planejamento das campanhas? 

 Com a proliferação do digital, está cada vez mais difícil controlar e acompanhar a jornada do comprador. Os clientes têm pesquisado como nunca antes de interagir com um vendedor. Por isso, hoje é vital que tanto a área de TI quanto o departamento de marketing usem as ferramentas apropriadas para engajar o público-alvo. O aumento da importância dos dados e o valor que as plataformas de interação e rastreamento trazem tornam a análise da base da ‘nuvem’ em algo crítico para quem quer otimizar as ações de marketing, inclusive as campanhas publicitárias que são relevantes para cada indivíduo.      

Fazer a áreas de TI e marketing trabalharem efetivamente juntas ainda está longe da realidade da maioria das empresas. Qual é o nível de entendimento do mercado sobre esta nova “necessidade” de organização corporativa? 

O sucesso da colaboração entre os departamentos depende de uma visão de estratégia digital em o poder conjunto do marketing e da tecnologia da informação forma melhores funcionários e entrega melhores serviços aos clientes. Essa perspectiva compartilhada, que chamamos de CIMO (Chief Information Marketing Officer), que se trata da importância dos diretores de marketing e de TI terem um pensamento convergente de negócios, está focada em habilitar pessoas a colaborar por meio de uma nova tecnologia com o objetivo de melhorar a interatividade dos clientes. Isto significa em alavancar o conhecimento técnico da equipe de TI para prover ao marketing a tecnologia necessária, como a personalização dos dados, integração entre canais múltiplos e a habilidade de rastrear hábitos determinados. São quatro os fatores determinantes para que os chefes de marketing e de TI estabeleçam uma visão compartilhada, ou a CIMO perspectiva: alinhamento com o objetivo do negócio, colaboração contínua, prioridades e projetos conjuntos e times com características multidisciplinar, que tenham conhecimento tanto de marketing como de TI.