Agora que a maioria dos anunciantes parece ter entendido a importância do digital, o novo desafio para o mercado é o mobile. No Brasil, segundo um estudo divulgado recentemente pela Fundação Getúlio Vargas, existem 306 milhões de dispositivos conectados à internet, dos quais a maioria, precisamente 154 milhões, são smartphones.
A partir disso, começa a ser cada vez mais percebida uma mudança de comportamento do consumidor, que está acessando a internet mais tempo pelo celular do que por equipamentos tracionais como PCs e notebooks.
“Estamos vendo uma transição do desktop para o mobile. E quem guia esse movimento são os consumidores”, diz Adriano Brandão, fundador e diretor comercial da Navegg, empresa de inteligência de dados na internet que monitora audiência online. O especialista alerta que as empresas ainda estão atrasadas nesse processo. “O consumidor mudou para o mobile, o mercado não”.
Especializada em prover dados para anunciantes, vendedores de mídia e veículos de comunicação, a Navegg tem presença no Brasil e na América Latina em uma base de mais de 100 mil blogs e consegue analisar o comportamento de pelo menos 107 milhões de internautas brasileiros por meio de cookies que são instalados durante a navegação dos internautas. As ferramentas conseguem identificar dados demográficos, intenção de compra e uso de tecnologias, entre outras informações. Ao todo são detectados 1400 critérios.
Em posse dos dados, Brandão afirma que o mobile está forçando principalmente os publishers a se dedicarem mais à experiência de uso pelo celular. Ele chama a atenção para o fato de que o consumo de notícias, mesmo por smartphones, ainda é feita pela web (browser) e os aplicativos dos geradores de conteúdo, ao menos por enquanto, tendem a ser ignorados. “É uma revolução incentivada pelo consumidor”, observa o diretor da Navegg.
Brandão destaca ainda que a criação de novos formatos de publicidade mais eficientes para cada plataforma costuma nascer pela iniciativa de veículos de comunicação e vendedores de mídias, categoria onde se encaixam, por exemplo, os players da mídia programática. “São os publishers que têm a tarefa de criar opções para captar o consumidor. Eles puxam o movimento, as agências entendem e os anunciantes precisam considerar tudo isso no orçamento das campanhas”, diz.