O comitê de mídias sociais do IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau Brasil) também está se movimentando no começo de 2013. Nesta quinta-feira (20), a entidade realizou o Social Media Insights, evento de relacionamento e discussão a respeito de diversos segmentos desta vertente, desde a estratégia e planejamento até a execução de campanhas e mensuração.
Durante todo o dia, executivos de agências, anunciantes, veículos, ferramentas e consultoria trocaram conexões, opiniões e cases. “Vimos temas de bastante apelo e curiosidade. Existia uma série de questões abertas. Vimos os diferentes momentos das redes sociais, bem como novas plataformas para prestar atenção. O evento trouxe a riqueza de novas possibilidades dentro desse universo”, afirmou André Artacho, presidente do comitê de social media no IAB Brasil e líder da área no Havas Worldwide.
A primeira palestra foi do britânico Dominic Firrey, da agência de digital e social FaR, que contou sobre como usar o grande volume de dados para impulsionar a atuação nas redes sociais. Firrey também abordou a questão da mídia programática e do contexto onde se encontra o usuário. “O mercado brasileiro é similar ao britânico há seis anos. Nós sabíamos que ele ia mudar, mas não o quão profundamente”, disse. Hoje, a verba digital é a com o maior share no bolo de mídia do Reino Unido.
Na palestra seguinte, Silvia Quintanilha, da Millward Brown, provocou a plateia presente: “De nada adianta uma página gigante sem engajamento”, afirmou. Ela mostrou a pesquisa FanIndex, que continha informações de diversos seguidores das marcas que preencheram voluntariamente os questionários. Nas fanpages onde se fazia um trabalho maior de curadoria de conteúdo, a impressão do público acabava por ser muito melhor, com grande envolvimento e awareness.
Marcio Orlandi, da Natura, explicou como a companhia usou as redes sociais para alinhar os meios online e offline e impulsionar as vendas e o relacionamento entre cliente e consultores, enquanto Tullio Nicastro, consultor em soluções de marketing do LinkedIn, apresentou a rede social profissional como uma alternativa para campanhas, em especial no que tange o marketing B2B.
No painel das agências, Fabiano Coura, vice-presidente executivo da R/GA, Luis R. Constantino, diretor de criação do Havas e Rodrigo Nincao, head de estratégia digital da Loducca, apresentaram alguns cases de branding. O primeiro mostrou o YouTube como cliente e como plataforma para a campanha, afirmando que o site de vídeos também é uma rede social, e criando uma linha de raciocínio entre as “big ideas” e a execução dentro do mundo digital.
Nincao apresentou Toddy como case. O achocolatado tinha a necessidade de se aproximar do público jovem, então apostou em vídeos e em uma linha de comunicação que tinha como mantra “cowzar”, verbo inventado que fundia o mascote da marca, uma vaca, com “causar”, essa já tradicional gíria nesta faixa etária. Por fim, Constantino mostrou a história de Jânio, anti-herói criado pela Damio, marca de iogurte da Danone que preza pela saudabilidade, e contou sobre a importância do storytelling para rolar a campanha. Os três cases tiveram vídeos online, o que levou os criativos a concordarem que é “mais fácil” chegar ao emocional de um consumidor por meio dos vídeos, mas que esta “não é a única maneira”.
A advogada Flávia Penido esmiuçou as diferenças, o que pode e o que não pode em promoções ou concursos culturais na web, ressaltando que o que a maioria das agências encara como concurso na verdade é um ato promocional. Em um dos painéis mais aguardados do evento, executivos de Twitter e Facebook detalharam as diferenças de uso entre si e conversaram a respeito do duelo “Mídia Orgânica x Mídia Paga”. A questão predominante do alcance orgânico do Facebook estar diminuindo foi feita, mas Renato Domingues, gerente de negócios da empresa de Mark Zuckerberg, respondeu mais uma vez citando a concorrência entre conteúdos criados e exibidos como principal motivo para esta diminuição.
Por fim, Marcos Swarowsky, diretor-geral da Microsoft Advertising, apresentou o Xbox e os videogames também como uma rede social. Uma vez que os consoles são conectados, cada usuário tem um perfil e pode incrementá-lo com achievements e outros itens de personalização, e há espaço para filmes séries, músicas e publicidade, ele também se encaixa na plataforma de propaganda de marcas, especialmente como gamification. Adriana Knackfuss, gerente da Coca-Cola, exibiu um case de como a Sprite usou a plataforma em sua última campanha.