Uma pesquisa realizada pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) afirma que os gastos dos brasileiros no Dia dos Pais, comemorado no próximo domingo (11), serão menores do que no ano passado. O estudo aponta que 43,8% dos consumidores pretende gastar menos com o presente.
O endividamento (24,4%) é apontado como a principal razão para a diminuição dos gastos. Com menos sobras no orçamento, relacionados ao avanço da inflação e aumento do desemprego, os consumidores estão mais distantes dos principais centros de compras. A classe C (26,8%) e com idade entre 35 e 49 anos (36,5%) são as pessoas mais atingidas pelo acúmulo de contas. Outras justificativas completam a lista, como a necessidade de economizar (18,45%) e o desemprego (16,6%).
O estudo foi realizado em todas as capitais brasileiras e aponta que oito em cada dez pessoas ouvidas pela sondagem (76,8%) acreditam que os presentes estão mais caros em 2015. Além disso, 66,4% afirma que deve comprar apenas um presente.
“Com o crédito cada vez mais restrito, a inflação elevada e as altas taxas de juros, o consumidor vê o seu poder de compra diminuir e a principal medida para salvar as finanças acaba sendo o corte de gastos. Exemplo disso, é que em outras datas comemorativas recentes como Páscoa, Dia das Mães e Dia dos Namorados, o comércio também apresentou um resultado decepcionante, com queda no volume de vendas parceladas”, avalia o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
Os pais (64%) e os esposos (20,6%) serão os mais presenteados, com valor médio por presente de R$ 119,83. Apesar disso, mais da metade (50,7%) dos entrevistados afirma não ter ideia de quanto pretende desembolsar. A data, para 46,2%, será comemorada em casa, enquanto apenas 9,7% tem a intenção de comemorar em algum restaurante.
Sobre as formas de pagamento, à vista em dinheiro aparece como mais utilizada pelos consumidores, com (53,3%). Cartão de crédito parcelado (18,3%), cartão de crédito à vista (13,6%) e o cartão de débito (8,5%) são as outras opções.
“O dado está coerente com o atual momento econômico, em que as pessoas se veem obrigadas a cortar despesas para driblar a inflação e também estão menos seguras em seus empregos. Por isso o ideal é evitar o abuso de parcelamentos e realizar todos os pagamentos a vista”, orienta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Entre os presentes mais procurados são as roupas (53,8%), calçados (23,9%), e acessórios (18,7%) – como cintos, óculos, relógios, meias e gravatas, seguidos pelo almoço em restaurantes (6,5%), livros (5,8%), smartphones (5,4%), vale-presentes (4%) e artigos esportivos (3,5%). O shopping center concentra o maior número de consumidores, com 55,1%, seguido por lojas de rua (24,9%) e lojas virtuais (10,6%).
A pesquisa do SPC Brasil e da CNDL ouviu 600 consumidores de todas as capitais, gerando um erro máximo de 4% e confiança de 95%.