“Se você acha que o Facebook é a rede social mais popular do mundo, você está certo! Prova disso são os seus mais de 1,35 bilhão de usuários – só para se ter uma noção, isso é mais do que a população do Brasil –, que usam a rede para falar sobre tudo, desde compartilhar fotos e vídeos de gatinhos fofos, discutir sobre novelas, até criticar e elogiar marcas, produtos e serviços.
As empresas logo perceberam o impacto que esse número enorme de usuários tem na construção da sua imagem. Para tentar se adaptar a essa nova situação (em que qualquer um fala o que quiser, na hora que bem entender), tornou-se comum o monitoramento das redes sociais, para que as marcas consigam saber como está a sua reputação entre os usuários.
Até o começo de 2014, com a ajuda de ferramentas de monitoramento, era possível analisar informações de todos os perfis e páginas. Os analistas de empresas podiam gerar relatórios e análises pertinentes sobre tudo o que se falava sobre as marcas, para então construir um planejamento de marketing mais bem direcionado e efetivo.
Só que desde o meio do ano, Zuckerberg (Mark) vem promovendo mudanças significativas no algoritmo do Facebook. O criador da rede social vem priorizando a privacidade dos usuários, enquanto torna mais difícil a vida das empresas, que agora precisam investir mais para saber o que está sendo falado sobre si na rede. O monitoramento, portanto, já não é mais o suficiente.
Essas mudanças na política de privacidade já são vistas há tempos pelos usuários. Quem utiliza a rede deve ter percebido que surgiu na sua página a opção de deixar suas publicações para todo mundo ter acesso ou somente para os seus amigos. Ou, talvez, você tenha recebido um pedido de revisão de privacidade da própria equipe do FB. E, infelizmente para as companhias, a tendência é que, cada vez mais, medidas desse tipo sejam implementadas para ‘proteger’ os usuários.
Bom para os usuários comuns, mas, para as marcas, nem tanto! Essas novas políticas têm tornado a vida das empresas muito mais difícil. No Fórum de Desenvolvedores do Facebook, por exemplo, dizia-se que a partir de abril a rede social acabará com o monitoramento utilizando informações de perfis públicos. Ou seja, não será mais possível ver o que os usuários falam sobre a marca e não será mais possível analisar qual a percepção do público, restringindo, portanto, o monitoramento às outras redes sociais. Uma atitude não mais que emergencial, uma vez que a quantidade de usuários do Twitter – a segunda rede social mais influente do mundo – está na casa dos milhões.
A estratégia para as companhias deverá ser investir cada vez mais nas próprias fanpages para criar um engajamento com o consumidor. É necessário cada vez mais o enfoque no marketing de conteúdo e de relacionamento. A velha história de fazer post só por fazer e para marcar presença na rede não fará mais efeito. As marcas têm de incentivar o público a falar, a deixar sua opinião e a estreitar o relacionamento com a audiência. É a forma de as empresas ainda saberem qual a opinião do seu público e como anda sua reputação na rede social.
Ou ao menos até Zuckerberg mudar de opinião. De novo.”
*Sócio-fundador da DUEE Brasil